Washington - A Casa Branca anunciou nesta quarta-feira (4) a implementação de um plano para actualizar as normas de criptografia informática utilizadas pela administração e as empresas americanas com o objectivo de lidar melhor com os avanços da computação quântica.
A tecnologia quântica possibilitará o uso de computadores muito potentes, muito acima das capacidade dos melhores supercomputadores actuais, graças à exploração das espectaculares propriedades físicas de partículas infinitamente pequenas.
Mesmo que esta tecnologia seja embrionária, "dentro de 10 anos, um computador quântico poderá ser utilizado potencialmente para decifar dados que hoje estão criptografados", explicou um responsável do Governo do presidente Joe Biden, que autorizou os textos nesta quarta-feira.
O primeiro estabelece uma colaboração entre o Governo federal e o sector privado para adoptar normas de criptografia resistentes à tecnologia quântica. Estes algoritmos serão essenciais para garantir, no futuro, a segurança das trocas na internet, segundo a administração.
Este texto também define requisitos de actualização de segurança da informática para as agências federais e pede que estas protejam as tecnologias americanas de possíveis compras por parte dos seus adversários.
Além disso, pede que o Governo, a indústria e o mundo académico colaborem para manter o lugar dos Estados Unidos como líder da computação quântica.
Um segundo texto relaciona o principal grupo governamental de especialistas no assunto, o "National Quantum Initiative", directamente com a Casa Branca.
Pesquisadores e industriais de todo o mundo trabalham para desenvolver computadores quânticos que algum dia poderão permitir resolver em tempo recorde problemas que são muito complexos para a tecnologia actual.
Mas o resultado é complicado porque as tecnologias quânticas se baseiam nas supreendentes propriedades da matéria numa escala infinitamente pequena.
Em vez dos "bits" da computação clássica, que assumem valores de 0 e 1, o mundo quântico usa "qubits". Estes podem ter vários valores ao mesmo tempo, permitindo, em teoria, realizar operações matemáticas paralelamente. Muitas empresas tentam dominar essa tecnologia, como é o caso da IBM.