Washington - O Exército dos Estados Unidos alertou hoje para a grande expansão de silos nucleares da China, numa altura de crescente tensão entre os dois países e uma política externa chinesa cada vez mais assertiva.
Pesquisadores da Federação de Cientistas Americanos estimaram que a China tem cerca de 250 silos subterrâneos de mísseis em construção, através da análise de imagens de satélite, para identificar um novo campo, que está a ser construído no oeste da China.
O Comando Estratégico dos EUA referiu na rede social Twitter um artigo publicado pelo jornal The New York Times sobre aquelas descobertas.
"O público descobriu o que temos vindo a dizer há muito tempo, sobre a crescente ameaça que o mundo enfrenta e o véu de sigilo que o cerca", disse o Comando Estratégico, que supervisiona o arsenal nuclear dos Estados Unidos.
O campo, situado na região de Xinjiang, é o segundo a ser detectado este verão. Em Junho deste ano, pesquisadores do Centro James Martin para Estudos de Não Proliferação, na Califórnia, identificaram outro campo, em construção na província vizinha de Gansu.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse hoje não ter conhecimento da situação..
Os silos subterrâneos podem abrigar mísseis balísticos intercontinentais. Espalhar os silos numa área tão ampla torna a segmentação do campo muito mais complicada.
Os EUA e a Rússia, que possuem os maiores arsenais nucleares do mundo, mantiveram conversações inconclusivas esta semana em Genebra (Suíça) numa tentativa de evitar uma nova corrida armamentista nuclear.
O arsenal nuclear da China é estimado pelo Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo em 350 ogivas, enquanto os Estados Unidos ou a Rússia têm cerca de 6.000 cada.
O Pentágono diz que a China pelo menos dobrará o tamanho do seu arsenal em 10 anos.
A pesquisa recente segue uma descoberta de Kristensen, em Fevereiro deste ano, sobre a construção de 11 silos subterrâneos num vasto campo perto de Jilantai, no centro-norte da China.