Washington - Os Estados Unidos e a Coreia do Sul preparam "uma resposta coordenada e concreta a um conjunto de cenários, incluindo uma utilização de armas nucleares pela Coreia do Norte", indicou esta terça-feira uma fonte da administração norte-americana.
A mesma fonte precisou, no entanto, que estes preparativos não incluem "exercícios nucleares conjuntos", pelo facto de a Coreia do Sul não possuir armas atómicas.
Estas declarações de Washington e Seul constituem uma resposta às mais recentes argumentações do líder norte-coreano, Kim Jong-un, que no domingo apelou a um "aumento exponencial do arsenal nuclear da Coreia do Norte".
No final de uma reunião magna em Pyongyang, o Partido dos Trabalhadores, partido único no poder, também anunciou que o país iria "desenvolver um novo sistema de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM), cuja principal missão seria um rápido contra-ataque nuclear", indicou, no domingo, a agência noticiosa oficial KCNA.
Um alto responsável norte-americano reconheceu que "as acções e declarações da Coreia do Norte suscitam crescente preocupação".
Indicou ainda que os Estados Unidos e a Coreia do Sul "trabalham em conjunto para reforçar" o dispositivo de dissuasão, enquanto o Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano) assinala que "qualquer ataque nuclear da Coreia do Norte contra os Estados Unidos ou seus aliados e parceiros será inaceitável e terá como consequência o fim do regime".
"Não existem hipóteses que permitam a sobrevivência do regime de Kim caso sejam utilizadas armas nucleares", sublinhou um documento do Pentágono, citado pela agência France Presse (AFP).
Seul e Washington admitem que Pyongyang esteja a preparar para breve um novo ensaio nuclear, que seria o sétimo da sua história e o primeiro desde 2017.
Os dirigentes norte-coreanos afirmam que uma dissuasão nuclear credível é essencial para a sobrevivência do seu país, que consideram estar permanentemente ameaçado de agressão por parte dos Estados Unidos.