Washington - O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, subiu ao pódio, na tarde desta quinta-feira, para apresentar o seu nomeado para procurador-geral, Merrick Garland, mas abriu o discurso condenando o "ataque sem precedentes" à democracia que decorreu no Capitólio, em Washington DC, na quarta-feira, quando o local foi invadido por apoiantes de Donald Trump, o presidente cessante.
Biden prosseguiu classificando o dia de ontem como "um dos dias mais negros da história da nação" e referindo-se aos invasores como "terroristas domésticos". "Aquilo não foi dissidência. não foi desordem. Não foi um protesto”, disse. "Não os chamem manifestantes. Foram uma multidão turbulenta, desordeira, terroristas domésticos", acrescentou.
"Ontem foi um dos dias mais sombrios da nossa história. Um ataque, literalmente, ao centro da liberdade, na própria capital dos Estados Unidos", afirmou.
"Ninguém me diga que se fosse um grupo de manifestantes do grupo Black Lives Matter a protestar ontem, não teriam sido tratados de uma forma bem, bem diferente que o grupo de bandidos que invadiram o Capitólio", atirou, referindo ainda que "é inaceitável".
Biden culpou ainda Trump de "tentar usar uma multidão para silenciar as vozes de quase 160 milhões de americanos" que votaram em Novembro.
O presidente cessante "deixou claro seu desprezo por nossa democracia, a nossa Constituição em tudo o que fez" e desencadeou um "ataque total" às instituições democráticas do país, que resultou na violência de quarta-feira.
Recorde-se que durante a tarde de ontem, quarta-feira, (noite em Portugal Continental), apoiantes de Donald Trump, entraram em confronto com as autoridades e invadiram o Capitólio, em Washington DC, enquanto os membros do Congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de Novembro.
A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA foi interrompida, mas quatro horas depois as autoridades declararam que o edifício do Capitólio estava em segurança.
Já hoje o Congresso dos Estados Unidos ratificou a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de Novembro, naquela que é a última etapa antes de ser empossado em 20 de Janeiro.