Washington - A secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, informou sexta-feira na importância de restabelecer "relações económicas saudáveis" entre os Estados Unidos e a China.
Yellen alertou também para questões de tensão, como as vendas de armas à Rússia por empresas chinesas.
A responsável pela Economia e Finanças dos Estados Unidos, Janet Yellen, reuniu-se quinta e sexta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, em São Francisco, no âmbito da cimeira de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês) que se realiza na cidade californiana entre 12 e 18 de Novembro.
Os dois países que mantêm relações tensas, procuram há vários meses reaproximar-se através de visitas diplomáticas.
"Nada pode substituir a diplomacia pessoal", sublinhou Yellen, congratulando-se por ter tido intercâmbios "francos, directos e produtivos" e por ter tido a oportunidade de interagir com o vice-primeiro-ministro a um nível mais pessoal.
Yellen anunciou que irá visitar novamente a China em 2024, a convite do líder, depois de ter realizado uma viagem no início de Julho.
A Casa Branca, por sua vez, anunciou na sexta-feira que o Presidente Joe Biden se reunirá com o seu homólogo chinês Xi Jinping na quarta-feira, 15 de Novembro, na região de São Francisco, com o objectivo de "gerir de forma responsável a rivalidade" entre Washington e Beijing.
De Taiwan às medidas proteccionistas, existem muitas áreas de tensão.
O governo norte-americano está particularmente "preocupado com o facto de o equipamento essencial para o esforço militar da Rússia escapar às sanções norte-americanas e ser entregue à Rússia", apontou Yellen.
"Temos provas de que algumas empresas chinesas e certamente não estou a dizer que o governo chinês saiba disso podem estar a ajudar a levar este equipamento e material para a Rússia, e que algumas instituições financeiras podem estar envolvidas na facilitação desta entrega", frisou.
Na ausência de acção por parte de Beijing, acrescentou a secretária do Tesouro, os Estados Unidos estão prontos "para implementar novas sanções".
A secretária lembrou, mais uma vez que, o seu país não procura dissociar-se economicamente da China, "o que seria prejudicial" para ambos os países, e "desestabiliza o mundo".
Mas "para que as relações económicas sejam saudáveis, os trabalhadores e as empresas americanas devem ser tratados de forma justa", sublinhou.
As duas potências controlam de perto as exportações e os investimentos de ambos os lados em sectores críticos, como os componentes essenciais para “chips” ou as tecnologias mais avançadas, incluindo a inteligência artificial, em nome da "segurança nacional". CNB/GAR