Viena - As autoridades norte-americanas e iranianas desentenderam-se sobre quais sanções os Estados Unidos deveriam suspender para a retomada do acordo nuclear de 2015, e Washington prevê um impasse se Teerão seguir com uma exigência de que todas as sanções desde 2017 sejam levantadas.
Os dois países estabeleceram posições duras durante conversas indirectas em Viena sobre como trazer ambos de volta ao cumprimento total do acordo, mas alguns delegados citaram progresso.
As negociações, nas quais autoridades da União Europeia estão a efectuar a intermediação entre as partes restantes do acordo e os Estados Unidos, visam restaurar o ponto central do acordo --restrições às actividades nucleares do Irão em troca da retirada de sanções norte-americanas e internacionais.
Os Estados Unidos foram os primeiros a suspender o acordo sob a liderança do então presidente Donald Trump, que se opôs veementemente ao pacto e tentou destruí-lo. Ele retirou o país do acordo, impôs novamente as sanções retiradas e instituiu mais. O Irão respondeu violando muitas das restrições nucleares.
"Todas as sanções de Trump eram anti-pacto e precisam ser removidas - sem distinção entre designações arbitrárias", disse o ministro iraniano das Relações Exteriores, Javad Zarif, no Twitter.
Os Estados Unidos afirmam estar dispostos a suspender "as sanções incompatíveis com o acordo". Embora tenham se recusado a entrar em detalhes, isso parece excluir as sanções formalmente não relacionadas às questões nucleares envolvidas no pacto.
Uma autoridade graduada do Departamento de Estado dos EUA disse à imprensa que os EUA viram alguns sinais da seriedade do Irão sobre o retorno ao acordo nuclear, mas "certamente não o suficiente".
"Se o Irão mantiver a posição de que todas as sanções que foram impostas desde 2017 têm de ser retiradas ou não haverá acordo, então estamos a caminhar para um impasse", declarou a autoridade dos EUA aos repórteres numa teleconferência.