EUA: Unicef pede adaptações para 560 milhões de crianças

     Mundo           
  • Luanda     Terça, 25 Outubro De 2022    14h58  
Logotipo da UNICEF
Logotipo da UNICEF
Joaquina Bento

Nova Iorque - Quase 560 milhões de crianças são actualmente expostas a ondas de calor mais frequentes e o fenómeno vai aumentar, afirmou hoje a Unicef, sublinhando a urgência de se adaptarem os serviços essenciais para os mais jovens.

O relatório "O ano mais frio do resto das suas vidas: proteger as crianças dos impactos crescentes das ondas de calor", hoje divulgado, revela que, mesmo que o aquecimento global seja limitado a níveis mais baixos, "será inevitável que, em apenas três décadas, as crianças de todo o mundo vivam ondas de calor com maior frequência".

Num ano em que as ondas de calor atingiram números recorde, tanto no hemisfério sul como no norte, o relatório realça os extensos efeitos deste fenómeno nas crianças, sublinhando que as ondas de calor são particularmente nocivas para os mais novos, uma vez que estes têm menos capacidade para regular a temperatura corporal.

"Quanto mais ondas de calor as crianças passarem, maior é a probabilidade de sofrerem problemas de saúde como doenças respiratórias crónicas, asma e doenças cardiovasculares", adverte o estudo, sublinhando que, no caso dos bebés e das crianças pequenas, o calor aumenta muito o risco de morte.

"As ondas de calor também podem afectar o ambiente, a segurança, a nutrição e o acesso à água, bem como a educação e a subsistência futura das crianças", acrescenta a análise publicada pelo Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O estudo alerta ainda que 624 milhões de crianças estão expostas a um de três outros indicadores utilizados nestas análises: ondas de calor mais longas, ondas mais severas ou períodos de temperaturas extremas.

O relatório, desenvolvido em colaboração com o 'The Data for Children Collaborative' e divulgados em parceria com a embaixadora da Boa Vontade da Unicef, Vanessa Nakate, e o Movimento Rise Up, sediado em África - sublinha a urgência de se adaptarem os serviços essenciais para as crianças, como forma de reagir proativamente às consequências do aquecimento global.

"A duração das ondas de calor afecta actualmente 23 por cento das crianças de todo o mundo" e "este número aumentará para 1,6 mil milhões de crianças até 2050 se o aquecimento [médio do planeta aumentar] 1,7° Celsius, e para 1,9 mil milhões de crianças se o aquecimento for de 2,4°C", refere.

Por isso, é crucial que sejam tomadas medidas urgentes e drásticas de mitigação das emissões e de adaptação, a fim de conter o aquecimento global e proteger vidas.

"Até 2050, quase metade de todas as crianças em África e na Ásia estarão expostas a temperaturas extremamente elevadas constantes", avisam os investigadores, adiantando que atualmente, há 23 países que registam o mais alto nível de exposição infantil a temperaturas extremamente elevadas.

No entanto, "este número aumentará para 33 países em 2050 num cenário de emissões reduzidas, ou para 36 países num cenário de emissões muito elevadas", adianta o estudo, sublinhando que Burkina Faso, Tchade, Mali, Níger, Sudão, Iraque, Arábia Saudita, Índia e Paquistão estão entre os países que deverão permanecer na categoria mais elevada em ambos os cenários.

"As crises climáticas de 2022 deixaram um forte aviso do perigo crescente que enfrentamos", lembrou a activista do clima e embaixadora da Boa Vontade da Unicef, Vanessa Nakate.

"As ondas de calor são um exemplo claro. Por mais quente que este ano tenha sido em quase todo o mundo, este será provavelmente o ano mais frio do resto das nossas vidas. O termómetro está a subir no nosso planeta e, no entanto, os líderes mundiais ainda não transpiraram. A única opção é continuarmos a pressioná-los para corrigir o curso em que nos encontramos", concluiu.





Fotos em destaque

ECOAngola lança projecto ambiental “60min ECO”

ECOAngola lança projecto ambiental “60min ECO”

Domingo, 19 Maio De 2024   08h05

Telemedicina reduz evacuações no hospital do Cuvango

Telemedicina reduz evacuações no hospital do Cuvango

Domingo, 19 Maio De 2024   07h57

Huíla declara fim da peste suína e levanta cerca sanitária à Humpata

Huíla declara fim da peste suína e levanta cerca sanitária à Humpata

Domingo, 19 Maio De 2024   07h53

Estudantes da UJES do Huambo inventam dispositivo de segurança de recém-nascidos

Estudantes da UJES do Huambo inventam dispositivo de segurança de recém-nascidos

Domingo, 19 Maio De 2024   07h50

Mais de cem alunos do Liceu Eiffel beneficiam de bolsas externas no Cunene

Mais de cem alunos do Liceu Eiffel beneficiam de bolsas externas no Cunene

Domingo, 19 Maio De 2024   07h47

Sector da Saúde vai admitir mais de 900 profissionais no Cuanza-Sul

Sector da Saúde vai admitir mais de 900 profissionais no Cuanza-Sul

Domingo, 19 Maio De 2024   07h43

Vila do Calai (Cuando Cubango) celebra 62 anos com foco no turismo transfronteiriço

Vila do Calai (Cuando Cubango) celebra 62 anos com foco no turismo transfronteiriço

Domingo, 19 Maio De 2024   07h38

Estabilização do Morro do Tchizo resolve problema de inundação em Cabinda

Estabilização do Morro do Tchizo resolve problema de inundação em Cabinda

Domingo, 19 Maio De 2024   07h33

Projecto “Melhora da Segurança Alimentar” forma mais de mil camponeses no Bengo

Projecto “Melhora da Segurança Alimentar” forma mais de mil camponeses no Bengo

Domingo, 19 Maio De 2024   07h27

Iona renasce como potencial turístico

Iona renasce como potencial turístico

Sábado, 18 Maio De 2024   18h20


+