Roma - O ex-presidente da Catalunha Carles Puigdemont está detido desde quinta-feira na ilha da Sicília, no sul da Itália, informou a imprensa espanhola, citando seu advogado de defesa, Gonzalo Boye, e fontes de seu partido.
De acordo com o jornal “El País”, o líder separatista viajou à Itália para participar num evento agendado para hoje em Alghero, com prefeitos e conselheiros pró-independência da ilha italiana para promover o folclore catalão.
A detenção ocorreu no aeroporto da cidade italiana em virtude do mandado internacional emitido pelo juiz Pablo Llarena, do Supremo Tribunal da Espanha, pelo plebiscito separatista de um de Outubro de 2017, considerado ilegal pela Espanha. Na ocasião, o político declarou a independência dessa região de maneira unilateral, o que resultou na dissolução do seu governo.
“O Presidente Puigdemont foi detido em sua chegada à Sardenha, onde estava como eurodeputado”, anunciou no Twitter Boye, destacando que a prisão ocorreu em cumprimento a ordem europeia de detenção de 14 de Outubro de 2019.
Segundo comunicado oficial de seu gabinete, Puigdemont deve se apresentar no tribunal de recurso de Sássari, competente para decidir sobre a sua libertação ou extradição para a Espanha.
O líder separatista deixou a Espanha justamente quando o Ministério Público apresentou uma denúncia contra os líderes da independência por um crime de rebelião devido ao referendo em 2017. A sentença estabeleceu que eles haviam cometido um crime de sedição.
Com isso, Puigdemont, presidente da Catalunha na época do plebiscito, chegou a ser preso na Alemanha em 2018, mas o pedido de extradição acabou retirado pelo Tribunal Supremo. A desistência se deu pelo facto de a Justiça alemã ter desconsiderado o crime de sedição na ordem de expulsão.
Logo depois, o político estabeleceu-se na Bélgica. Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu, inclusive, conquistou uma cadeira e obteve imunidade parlamentar. No entanto, neste ano, o Parlamento Europeu revogou a imunidade parlamentar de Puigdemont e de outros eurodeputados catalães – Toni Comin e Clara Ponsati – abrindo a possibilidade de extradição dos três.