Teerão - O Irão executou quinta-feira um homem, Milad Zohrevand, depois de o condenar pela morte de um membro das forças de segurança durante as manifestações massivas que abalaram o país em 2022, informaram grupos de defesa dos direitos humanos, citados pela Reuters.
Esta foi a oitava execução realizada pelo Irão no quadro de um caso ligado às manifestações que começaram em Setembro de 2022, depois da detenção, em Teerão, de uma jovem curda iraniana de 22 anos, Mahsa Amini, por não respeito do estrito código de vestuário islâmico.
Milad Zohrevand foi executado secretamente, de madrugada, na prisão da cidade de Hamadan, no oeste do país, declarou a organização de defesa dos direitos humanos Hengaw, baseada na Noruega.
Ele foi condenado à morte por ser acusado de matar um oficial dos Guardas da Revolução, durante uma manifestação na cidade de Malayer, em Novembro de 2022.
A Hengaw, que defende os direitos dos curdos do Irão, afirma que Zohrevand não foi informado da iminência da sua execução e que não foi autorizado a estar uma última vez com a família.
A execução de Zohrevand, com cerca de 20 anos, não foi noticiada nos meios iranianos.
O colectivo Dadban um grupo de advogados solidários defensores que defendem os presos políticos e os defensores de direitos no Irão também confirmou, nas redes sociais, a execução de Zohrevand e acrescentou que lhe tinha sido recusado o acesso a um advogado.
As autoridades iranianas já executaram sete homens, dos quais três em Maio, em casos ligados às manifestações de 2022, o que causou a cólera dos grupos de defesa dos humanos e de governos ocidentais.
A Amnistia Internacional declarou que os enforcamentos eram "concebidos pelas autoridades iranianas para enviar uma mensagem forte ao mundo e ao povo iraniano, que não recuaram perante nada para esmagar a dissidência".
Várias centenas de pessoas, incluindo membros das forças de segurança, foram mortas e milhares detidas durante as manifestações realizadas no Irão entre Outubro e Novembro de 2022, antes de o movimento de protesto diminuir, perante a forte repressão.
Segundo a associação Iran Human Rights, baseada em Oslo, o Irão executou pelo menos 680 pessoas este ano, principalmente por acusações de homicídio e tráfico de droga. CNB/GAR