França "enganada" pela Austrália após suspensão de contrato de submarinos

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  • Luanda     Segunda, 20 Setembro De 2021    08h59  
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Presidente de França, Emmanuel Macron (arquivo)
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Lino Guimarães
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Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos da América (Foto arquivo)
Joe Biden, Presidente dos Estados Unidos da América (Foto arquivo)
Divulgação

Paris - O Embaixador da França na Austrália, Jean-Pierre Thebault, disse nesta segunda-feira, 20, que o seu país sentiu-se "enganado" pela Austrália após a recente suspensão de um contrato multimilionário para a construção de 12 submarinos convencionais pela empresa francesa Naval Group.

"Descobrimos através da imprensa que a pessoa mais importante deste Governo australiano escondeu intencionalmente [a suspensão do contrato] de nós até ao último minuto. Esta não é uma atitude australiana em relação à França. Talvez não sejamos amigos", disse Thebault numa entrevista com a televisão ABC de Paris.

O cancelamento do contrato com o Grupo Naval francês, avaliado em cerca de 55,611 mil milhões de euros, segue-se ao anúncio na semana passada de um acordo de defesa entre os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido, que inclui o desenvolvimento de submarinos nucleares na Austrália.

Thebault está na capital francesa depois de o Governo ter chamado os seus embaixadores em Camberra e Washington para consultas a fim de expressar o seu descontentamento com a forma como a Austrália e os EUA forjaram o acordo nas suas costas.

"Este foi um processo que durou 18 meses. Enquanto estávamos empenhados em fazer o melhor programa (...) houve um projecto completamente diferente que descubro, graças à imprensa, uma hora antes do anúncio. Podem imaginar a nossa raiva, sentimo-nos enganados", acrescentou.

Thebault disse ainda que o Governo francês foi o último a saber do acordo da Austrália com os EUA e o Reino Unido, e salientou que "é uma questão de princípio, dignidade e respeito mútuo na relação entre os Estados".

O Ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, acusou na semana passada a Austrália e os EUA de "mentira, duplicidade, uma grande quebra de confiança e desprezo".

Alguns países da região Indo-Pacífico manifestaram o seu desagrado pela assinatura do ambicioso acordo de defesa pelos EUA, Austrália e Reino Unido, que equipará a frota da nação oceânica com submarinos de propulsão nuclear.

A Coreia do Norte acusou hoje os signatários, e principalmente Washington, de "perturbar o equilíbrio estratégico na região da Ásia-Pacífico" e desencadear uma corrida às armas nucleares com um pacto que considerou de "extremamente indesejável e perigoso".

Por seu lado, no domingo, 19, a Malásia e a Indonésia alertaram que o acordo incitará outras potências a agir de forma mais agressiva na região, especialmente no disputado Mar da China Meridional.

Pequim considera "extremamente irresponsável" a venda de submarinos de propulsão nuclear à Austrália no quadro do novo tratado de Defesa que envolve também o Reino Unido.  

"A cooperação entre os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Austrália no que diz respeito aos submarinos nucleares prejudica de forma grave a paz e estabilidade regionais, intensifica a corrida ao armamento e compromete os esforços internacionais sobre a não-proliferação nuclear", disse esta quinta-feira o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Zhao Lijian, em Pequim.
 

Os Estados Unidos, Austrália e Reino Unido anunciaram na quarta-feira,15, um pacto de Defesa destinado a enfrentar a República Popular da China na região Indo Pacífico, incluindo o desenvolvimento de submarinos nucleares da Austrália.

 



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