Nova Iorque - O governador de Nova Iorque revelou hoje que recebeu mais de três milhões de dólares para escrever o livro sobre liderança durante a pandemia e cuja redação está envolta em polémica.
Três milhões de dólares em antemão só para escrever o livro e mais dois milhões de dólares até 2023 é quanto Andrew Cuomo vai receber pelo livro que escreveu a retratar as escolhas que fez durante a pandemia em Nova Iorque, um dos estados mais afetados pela apelidada "primeira vaga".
A notícia aumentou as críticas ao democrata, já que sobre a redação de "American Crisis: Leadership Lessons From the COVID-19 Pandemic" ("Crise Americana: Lições de Liderança da Pandemia Covid-19") recaem suspeitas de utilização indevida de funcionários públicos para questões pessoais.
Em Abril, a procuradora-geral de Nova Iorque disse que estava a investigar o governador daquele estado para averiguar se Cuomo tinha cometido ilegalidades ao colocar elementos da equipa a escrever e promover o livro sobre liderança durante a pandemia.
Através de uma carta datada de 13 de Abril, cujo conteúdo foi conhecido na segunda-feira, a procuradora-geral nova-iorquina Letitia James foi autorizada a investigar o trabalho desempenhado pelos funcionários da equipa de Cuomo na criação e publicação do livro "Crise Americana: Lições de Liderança da pandemia de covid-19", publicado no final do ano passado.
Cuomo e vários porta-vozes do governador do estado de Nova Iorque reconheceram o contributo de vários funcionários, mas insistiram que todo o trabalho foi feito na base do voluntariado e fora do horário de trabalho.
Em causa poderá estar a violação da legislação que impede funcionários públicos de utilizarem recursos estatais para fins próprios.
Letitia James tem autorização para investigar e, se achar necessário, levar a julgamento todas as pessoas que considere que tiveram influência na utilização dos recursos estatais, nomeadamente os funcionários do gabinete de Cuomo, com a finalidade de publicar o livro.
Um porta-voz do governador nova-iorquino recusou a ideia de que a investigação é uma jogada política.
"A ideia de que houve criminalidade nisto é patentemente absurda", referiu este porta-voz à Associated Press (AP), reafirmando que toda a colaboração na criação e publicação do livro foi feita na base do voluntariado.