Londres – O governo britânico apresentou uma moção de censura sobre si mesmo, após ter rejeitado a proposta do Partidos trabalhista, na terça-feira, diz a Sky News.
A moção da oposição de Boris Johnson visava não apenas o seu governo, mas pretendia também a sua retirada do poder antes da escolha de um sucessor para o cargo de primeiro-ministro. Já a proposta dos conservadores coloca em causa apenas a administração.
"Os trabalhistas tiveram a opção de apresentar uma moção de censura no governo tendo em conta as discórdias, mas optaram por não o fazer. Para remediar isso, apresentamos uma moção que dá ao parlamento a oportunidade de decidir se tem confiança no governo", esclareceu, esta quarta-feira, um porta-voz do Executivo de Boris Johnson.
A moção questiona, assim, apenas a confiança dos membros parlamentares perante o governo, retirando a saída antecipada de Boris da equação.
"Como o primeiro-ministro já se demitiu e está em curso o processo para a liderança, não consideramos que este seja um uso válido do tempo do parlamento", justificou um porta-voz do governo conservador, na terça-feira.
Recorde-se que o primeiro-ministro britânico demitiu-se da liderança dos 'tories' na semana passada, após a saída de mais de 50 membros do governo, que responsabilizaram o chefe do Executivo por uma série de escândalos.
A renúncia desencadeou uma eleição para a liderança dos conservadores, cujo processo encerrará a 5 de Setembro.
O vencedor será feito primeiro-ministro e convidado a formar governo pela rainha Isabel II, uma vez que o Partido Conservador tem maioria absoluta no parlamento.