Nova Iorque - O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, celebrou hoje o Dia Internacional da Paz com um apelo à "solidariedade global" e à "acção colectiva", num momento em que o "veneno da guerra está a infectar" o mundo.
Numa cerimónia no Jardim da Paz, na sede da ONU em Nova Iorque, Guterres advogou que a paz "é o trabalho mais fundamental” que a humanidade tem e sublinhou que não é apenas uma responsabilidade dos Governos ou dos chefes de Estado, mas sim um trabalho "que pertence a cada um de nós", segundo a Agência Lusa.
"Enquanto nos reunimos hoje, a paz está sob ataque em comunidades, países e regiões. A paz também está sob ataque nos corações e mentes das pessoas pelas forças obscuras da desinformação e do discurso de ódio. Gota a gota, o veneno da guerra está a infectar o nosso mundo, colocando milhões na linha de fogo, corroendo os direitos humanos e a segurança e o bem-estar de todas as pessoas", disse.
Reforçando que cabe a cada cidadão fazer a sua parte para mudar esta situação e "cultivar as sementes da esperança", o ex-primeiro-ministro português apelou à solidariedade global e à acção colectiva, mas também ao "compromisso" e à "confiança mútua".
"Impulsionar a paz significa concentrarmo-nos na prevenção, no diálogo e na mediação para sanar divisões, neutralizar conflitos e garantir que cada comunidade tenha interesse num futuro partilhado. Significa mobilizarmo-nos em torno das ferramentas que apoiam a confiança e a solidariedade globais, incluindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Carta das Nações Unidas", apontou.
"Pressionar pela paz significa abordar a discriminação e o racismo, significa resgatar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e expandir as oportunidades para mulheres e raparigas. Significa acelerar a nossa batalha contra as alterações climáticas, acabar com a nossa dependência dos combustíveis fósseis e investir em energias renováveis. Significa dar mais relevo aos factos e a ciência sobre as mentiras e o ódio. Significa apoiar activistas, jovens e velhos, nos seus apelos por progresso", acrescentou.DSC