Budapeste - O Parlamento da Hungria agendou a votação sobre a ratificação da adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) até ao dia 07 de Julho, praticamente na véspera da Cimeira da Aliança Atlântica em Vilnius, Lituânia. Avotação consta de um documento consultado hoje pela agência France-Presse (AFP), que detalha o próximo programa legislativo e que foi publicado no portal oficial do Parlamento de Budapeste.
O debate e votação sobre esta matéria vão realizar-se durante a sessão extraordinária de verão que começa após o fim da sessão de sexta-feira e termina no próximo dia 07 de Julho, disse o gabinete de imprensa do Parlamento húngaro contactado pela AFP.
Em concreto, a sessão sobre a adesão da Suécia à NATO ainda não tem data marcada sabendo-se apenas que pode vir a acontecer, no limite, até ao dia 07 de Julho.
A Hungria, que no final de março concordou com a adesão da Finlândia à NATO, é o único dos 31 países membros da aliança, juntamente com a Turquia, que ainda não aprovou o pedido da Suécia.
O Governo da Hungria tem denunciado reiteradamente "a política da Suécia" que considera estar a denegrir Budapeste, acusando Estocolmo de criticar o facto de o primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban não defender o Estado de Direito.
Os pontos de divergência não mudaram mas a Hungria está sob pressão à medida que se aproxima a data para a realização da Cimeira da Aliança Atlântica na Lituânia marcada para os dias 11 e 12 de julho.
Face à posição da Hungria, o senador republicano norte-americano James E. Risch anunciou, na quarta-feira, em nome da Comissão dos Negócios Estrangeiros dos Estados Unidos, a decisão de suspender a venda de armas a Budapeste, nomeadamente lança-foguetes HIMARS, um negócio de 735 milhões de dólares.
Entretanto, o Ministério da Defesa húngaro respondeu que Budapeste não tem "qualquer intenção de comprar" o equipamento militar norte-americano.
Em maio de 2022, na sequência da invasão russa da Ucrânia, a Suécia e a Finlândia anunciaram o pedido de adesão à NATO.
Após décadas de neutralidade e, depois, do não-alinhamento militar que perdurou após o final da Guerra Fria, os dois países nórdicos consideraram obsoleto o equilíbrio de segurança criado pelo colapso da União Soviética.
Além da Hungria, resta à NATO ultrapassar também a relutância da Turquia, que critica a Suécia pela alegada clemência para com os militantes curdos que se refugiaram no país.CS