Bruxelas - Os investigadores checo Martin Hála e português Jorge Tavares da Silva defenderam esta segunda-feira que uma eventual eleição de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas poderá ter consequências desastrosas para a União Europeia (UE) e o resto do mundo.
Numa videoconferência sobre "As mudanças na relação estratégica Europa - China", organizada pelo Instituto da Defesa Nacional, admitiram que um segundo mandato de Trump poderá ser ainda mais dramático do que o primeiro (2017-2021).
Martin Hála disse que um dos maiores contributos do actual Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, foi ter feito Washington regressar à política de alianças, depois de Trump ter lidado sozinho com países como a República Popular da China (RPC).
"Os Estados Unidos da América já não têm o poder de gerir sozinhos as relações com a RPC", afirmou, citando as mudanças dramáticas no equilíbrio militar ocorridas na última década como uma das razões.
Por sua vez, Jorge Tavares da Silva destacou o ambiente em que poderá decorrer a eleição presidencial nos EUA, com a guerra russa contra a Ucrânia e o conflito no Médio Oriente.
Caso seja eleito, um apoio de Trump à Rússia minaria a relação dos EUA com a União Europeia (UE) e uma eventual vitória russa na guerra criaria dificuldades na integração europeia da Ucrânia.
"Será muito dramático para a União Europeia e também, obviamente, para o mundo", defendeu.
Outra preocupação nas relações entre a UE e a RPC é a questão de Taiwan, a ilha autónoma que Beijing reclama ser sua e ameaça tomar pela força se os taiwaneses declararem a independência.
Taiwan é o maior produtor de circuitos integrados, e os mais sofisticados, que são fundamentais para a tecnologia do dia-a-dia no mundo. MOY/JM