Jerusalém - Israel aprovou hoje a construção de mais de 4.000 casas de colonos na Cisjordânia ocupada, anunciou um grupo de direitos humanos israelita.
Este será o maior avanço dos projetos de colonatos desde a posse do Governo do Presidente norte-americano, Joe Biden, sabendo-se que os EUA se opõem à construção destes colonatos, alegando que constituem um obstáculo a um acordo de paz com os palestinianos.
Hagit Ofran, activista contra os colonatos e membro da organização Peace Now, diz que um órgão de planeamento militar aprovou 4.427 unidades habitacionais.
A aprovação deste projecto acontece um dia depois de os militares israelitas terem demolido pelo menos 18 edifícios e estruturas na Cisjordânia ocupada, após uma decisão do Supremo Tribunal que forçou cerca de 1.000 palestinianos a sair de uma área que Israel designou como "zona de combate".
O B'Tselem, outro grupo de defesa de direitos humanos israelita, disse em comunicado que a Polícia de Fronteira destruiu um total de 18 estruturas, incluindo 12 edifícios residenciais, em aldeias nas colinas ao sul da cidade de Hebron, na Cisjordânia.
Na semana passada, o Supremo Tribunal de Israel confirmou uma ordem de expulsão que retira moradores de um aglomerado de comunidades beduínas em Masafer Yatta, onde vivem há décadas.
Israel capturou a Cisjordânia durante o conflito de 1967, tendo aí construído mais de 130 colonatos em todo o território, abrigando cerca de 500.000 colonos.
Quase três milhões de palestinianos vivem na Cisjordânia sob o regime militar israelita.
Os palestinianos defendem que a Cisjordânia deve formar a parte principal de um futuro Estado, considerando os colonatos como um obstáculo a qualquer futuro acordo de paz, recordando que eles são ilegais à luz do direito internacional.