Telaviv - Israel anunciou domingo, 27, que vai permiti a partir desta segunda-feiira, 28, o reinício das entregas de combustível ao enclave palestiniano de Gaza para a produção de energia, uma medida destinada a afrouxar as restrições impostas durante o recente conflito com o Hamas.
A partir de segunda-feira, Israel vai permitir "a transferência de combustível para a central eléctrica da Faixa de Gaza será permitida através do terminal de Kerem Shalom", o único ponto de passagem de mercadorias entre o território palestiniano bloqueado e o Estado Judeu, indica uma declaração. Israel endureceu as restrições durante o conflito de 11 dias com o Hamas em Maio último.
Na semana passada, o Hamas, no poder em Gaza, denunciou a "política de adiamento" de Israel na resolução da crise humanitária no enclave palestiniano, onde vivem cerca de dois milhões de palestinianos e que está sob bloqueio israelita há quase 15 anos.
No mesmo período, Telaviv levantou as restrições aos serviços de correio para o território palestiniano e permitiu que algumas exportações agrícolas e de vestuário fossem retomadas.
O estado hebraico alargou ainda a zona de pesca concedida aos pescadores de Gaza de seis para nove milhas náuticas e permitiu a importação de matérias-primas para "fábricas civis" de bens essenciais.
A série de medidas teve início após a entrada em vigor de um acordo de cessar-fogo em 21 de Maio, que pôs fim ao conflito mais mortífero entre Israel e o Hamas desde 2014.
Entre 10 e 21 de Maio, 260 palestinianos foram mortos por ataques israelitas em Gaza, incluindo combatentes, de acordo com as autoridades locais.
Em Israel, rockets lançados a partir de território palestiniano mataram 13 pessoas, incluindo um soldado, de acordo com a polícia e o exército israelitas.
O cessar-fogo tem-se mantido em grande parte, embora no início de Junho os militantes palestinianos tenham lançado balões incendiários, que deflagraram incêndios em Israel, e aos quais o estado hebraico respondeu com ataques aéreos.
Relativamente a negociação daquestão nuclear iraniano o Ministério israelita dos Nogócios estrangeiros manifestou as “reservas” do seu país.
O chefe da diplomacia israelita, Yair Lapid, manifestou "fortes reservas" quanto ao reatar de negociações sobre o programa nuclear iraniano, apontando "erros cometidos nos últimos anos" num encontro com o seu homólogo norte-americano.
"Israel tem fortes reservas quanto ao acordo sobre o programa nuclear iraniano em negociação em Viena. Pensamos que as diferenças [entre Israel e os Estados Unidos] devem ser discutidas em conversas directas e profissionais", declarou o novo chefe da diplomacia israelita no início do encontro com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
Lapid salientou que "nos últimos anos, foram cometidos erros", referindo-se à proximidade entre o ex-primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o Partido Republicano do ex - Presidente norte-americano Donald Trump. "Vamos corrigir esses erros", afirmou Lapid.
O encontro em Roma é o primeiro "cara a cara" entre a administração do Presidente norte-americano Joe Biden e a coligação que assumiu o poder em Israel.
Lapid, que arquitectou a coligação que tirou Netanyahu do poder e que deverá ser dentro de dois anos o próximo primeiro-ministro de Israel, chegou a Roma esta tarde e o encontro decorre no âmbito de negociações para repor os Estados Unidos no Acordo de Viena de 2015 sobre o programa nuclear iraniano.
Israel opõe-se a este acordo, que obriga Teerão a reduzir o seu programa nuclear em troca de um alívio nas sanções internacionais contra o Irão, mas depois de os Estados Unidos o terem denunciado, o Irão deixou de cumprir algumas condições.
Joe Biden, por seu turno, decidiu renegociar o regresso dos Estados Unidos ao acordo.