Roma - O Presidente da República italiana, Sergio Mattarella, convocou esta sexta-feira a líder do partido Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, para a encarregar da formação do novo Governo, após a vitória nas eleições de 25 de Setembro.
Meloni, de 45 anos e a primeira mulher a receber esta responsabilidade na história democrática do país, constituir o executivo com os seus parceiros de coligação, Matteo Salvini, da Liga (extrema-direita), e Silvio Berlusconi, da Força Itália (direita), com quem dividirá os ministérios e outros cargos.
Para anunciar esta decisão, o Presidente italiano esperou pelo regresso do primeiro-ministro demissionário, Mario Draghi, que participou até hoje no Conselho Europeu sobre energia, considerado fundamental para Roma.
Meloni, Salvini e Berlusconi participaram esta manhã numa ronda de consultas com Mattarella, a quem propuseram constituir Governo, apontando a líder do Irmãos de Itália como primeira-ministra.
A líder do Irmãos da Itália - partido herdeiro dos movimentos pós-fascistas italianos - esteve isolada na oposição ao Governo de unidade nacional a que Draghi presidiu desde Fevereiro de 2021.
Após ser indicada para chefiar o Governo, Meloni terá de regressar ao Palácio do Quirinal para aceitar oficialmente a nomeação, que poderá receber "com reservas", caso queira acertar algum aspeto do seu futuro executivo com os seus aliados de coligação.
De seguida, Meloni deverá entregar ao chefe de Estado a lista de ministros, que deve passar pelo crivo do Presidente, já que a Constituição italiana estabelece que os ministros são nomeados pelo chefe de Estado (que tem poder de veto), por proposta do chefe do governo.
Uma vez anunciada a composição do futuro Governo, realizar-se-á o juramento da tomada de posse, previsivelmente durante o fim de semana, e a transferência de poderes de Draghi, com a celebração do primeiro Conselho de Ministros.
Para o lançamento oficial do Governo de Meloni, esta deve submeter-se à investidura nas duas casas do Parlamento, o senado e a câmara de deputados, o que será um mero formalismo, já que a coligação tem apoio maioritário para governar.
No Parlamento, a oposição ficará a cargo do Partido Democrata (progressista), do Movimento Cinco Estrelas (extrema-direita) e do Terceiro Polo (centro), entre outras pequenas formações políticas.
