Líbano: Mikati apela ao fim das divergências que paralisam governo

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  • Luanda     Quinta, 04 Novembro De 2021    18h14  

Beirute - O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, pediu hoje (quinta-feira) aos partidos políticos para ultrapassarem as suas divergências, que paralisam o governo do Líbano, e que tomem as medidas necessárias para resolver a crise diplomática com a Arábia Saudita.

Na semana passada, as autoridades sauditas chamaram o seu embaixador no Líbano e exigiram a saída do embaixador libanês na Arábia Saudita em protesto contra as declarações de um ministro do Governo de Mikati, que criticou a intervenção militar de Riade no conflito do Iémen.

"Estamos determinados a resolver a questão das relações com a Arábia Saudita e com os países irmãos do Golfo em bases sólidas", disse Mikati em Beirute, no regresso de Glasgow (Escócia, Reino Unido), onde se encontrou com vários líderes internacionais à margem da cimeira do clima (COP26).

"Peço a todos que tomem as medidas necessárias para contribuir para uma solução", acrescentou, instando mais uma vez o ministro da Informação libanês, George Kordahi, cujas declarações estiveram na origem da crise diplomática, "a priorizar o interesse nacional e a tomar a decisão certa", num pedido implícito para uma possível renúncia.

A crise com a Arábia Saudita e três outros países do Golfo -- Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Koweit - enfraqueceu ainda mais o gabinete de Mikati.

Formado em Setembro, o executivo está paralisado há três semanas devido à exigência do movimento xiita libanês Hezbollah e dos seus aliados em substituir o juiz encarregado da investigação da explosão no porto de Beirute, que matou mais de 200 pessoas em Agosto de 2020.

Mikati sublinhou neste contexto que "o Governo não interfere no trabalho da justiça".

Em meados de Outubro, uma manifestação promovida pelo Hezbollah e pelos seus aliados contra o juiz degenerou em violência, provocando sete mortos.

O chefe do Governo libanês acrescentou que o executivo, que enfrenta uma grave crise económica do país, "deve voltar ao trabalho e recuperar o tempo perdido".

O primeiro-ministro sunita também criticou indirectamente o movimento xiita Hezbollah, que recusa a renúncia de Kordahi, afirmando que "o país não pode ser governado por uma linguagem de desafio e arrogância".

"Engana-se quem pensa que pode impor a sua opinião pela força do bloqueio e da escalada verbal", acrescentou.

Peso pesado na política libanesa, o poderoso movimento Hezbollah é armado e financiado pelo Irão, o grande rival regional da Arábia Saudita.

Kordahi, que foi nomeado para o Governo por um partido aliado do Hezbollah, recusa-se a deixar o cargo, insistindo que os Huthis do Iémen têm o direito de se defender e que não pretendia ofender com os seus comentários, que foram proferidos antes de assumir o cargo de ministro.

Os países do Golfo Pérsico juntaram-se à Arábia Saudita ao retirar os seus diplomatas do Líbano, aprofundando a disputa diplomática.

O Iémen tornou-se palco de uma guerra em finais de 2014 entre os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, e as forças do Presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, que em Março de 2015 seria apoiado por uma coligação militar internacional árabe, liderada pela Arábia Saudita.

 





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