Líder do Irão ameaça retaliação por morte de cientista e aumenta tensão

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  • Luanda     Sábado, 28 Novembro De 2020    15h45  

Teerão - O líder supremo do Irão, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu hoje retaliação pela morte do principal cientista nuclear do país, Mohsen Fakhrizadeh, aumentando a tensão na relação com Israel e outros países como os EUA.

Khamenei ainda prometeu continuar o trabalho de Mohsen Fakhrizadeh, que israelitas e outros governos acreditam ter sido o arquitecto de um programa secreto iraniano para fabricar armas.

Khamenei, que é a autoridade máxima do Irão e que diz que o país nunca procurou armas nucleares, chamou Fakhrizadeh de "o mais proeminente e distinto cientista nuclear e defensivo do país".

Ele ainda disse que a primeira prioridade do Irão após o assassinato era "a punição definitiva dos perpetradores e daqueles que a ordenaram". Ele não deu mais detalhes.

?dc=5550001580;ord=1606573367489O assassinato, que o presidente do Irão rapidamente atribuiu a Israel, pode complicar os esforços do presidente eleito Joe Biden para reviver uma distensão com Teerão que foi forjada quando ele estava no governo de Barack Obama.

Trump tirou Washington do pacto nuclear internacional de 2015 acordado entre Teerão e as principais potências.

Fakhrizadeh, que tinha pouco perfil público no Irão, mas que Israel apontou como um actor principal no que diz ser a busca por armas nucleares, foi morto nesta sexta-feira quando foi emboscado perto de Teerão e seu carro foi atingido por balas. Ele foi levado às pressas para o hospital onde morreu.

Mais cedo, o presidente iraniano, Hassan Rohani, acusou Israel de querer semear o "caos" num crime que, segundo as autoridades de Teerão, deve ser "castigado".

"Mais uma vez, as impiedosas mãos da arrogância global, com o usurpador regime sionista como mercenário, foram manchadas com o sangue de um filho desta nação", afirmou Rohani num comunicado oficial.

As autoridades iranianas utilizam a expressão "arrogância global" em referência aos Estados Unidos.

"A nação iraniana é muito inteligente para cair na armadilha da conspiração dos sionistas. Estão a pensar em criar o caos, mas deveriam saber que conhecemos as suas intenções e não terão êxito", disse Rohani, minutos depois da publicação do comunicado, num discurso exibido na televisão.

Rohani comprometeu-se a impedir que a morte de Fakhrizadeh prejudique os avanços científicos do país e disse que o assassinato do especialista foi motivado pela "incapacidade" dos inimigos do Irão de impedir o seu desenvolvimento.

"Os inimigos do Irão deveriam saber que a coragem do povo e das autoridades iranianas é tamanha que este acto criminoso não ficará sem consequências", disse Rohani, numa reunião semanal dedicada à luta contra a pandemia do coronavírus.

O cientista assassinado havia sido apontado pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, como o pai do programa iraniano que tem como objectivo produzir a bomba nuclear, intenção que o Irão sempre negou.

O Departamento de Estado americano indicou em 2008 que Fakhrizadeh executava "actividades e transacções que contribuíam para o desenvolvimento do programa nuclear do Irão".

"Este assassinato bárbaro mostra que os nossos inimigos vivem semanas difíceis nas quais sentem (...) que a sua pressão diminui, que a situação mundial muda", afirmou Rohani.

Os inimigos do Irão "querem aproveitar ao máximo (...) estas semanas para criar uma situação incerta na região", completou, sem revelar detalhes.

O assassinato aconteceu a menos de dois meses da posse do democrata Joe Biden, vencedor das eleições de 3 de Novembro, como presidente dos Estados Unidos.

Biden pretende modificar a política americana a respeito do Irão, depois que Donald Trump decidiu retirar de maneira unilateral o país do acordo internacional de 2015 sobre o programa nuclear iraniano. Washington restabeleceu a partir de então as sanções contra Teerão.

O movimento libanês pró-Irão Hezbollah criticou o assassinato do cientista, cometido nas palavras do grupo "por grupos criminosos e terroristas para impedir que a República Islâmica (...) preserve os seus progressos científicos e sua independência política e intelectual".

Na sexta-feira, o ministro da Defesa do Irão, Amir Hatami, afirmou que o cientista assassinado teve um "importante papel nas inovações de defesa".

"Administrava a defesa nuclear e fazia um grande trabalho", completou, sem apresentar mais explicações.

Mohamad Javad Zarif, ministro dos Negócios Estrangeiros da República Islâmica, pediu à comunidade internacional o "fim das vergonhosas posições ambivalentes e a condenação do acto terrorista".

Vários cientistas especializados no programa nuclear iraniano foram assassinados nos últimos anos. Teerão responsabiliza sistematicamente a Israel por estas mortes.





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