Paris - Uma trégua olímpica, facilitação de vistos a chineses e possíveis acordos sobre conhaque estiveram hoje em destaque no primeiro dia de visita do Presidente chinês, Xi Jinping, a França, segundo uma declaração à imprensa.
Numa declaração conjunta após uma reunião em que discutiram questões internacionais globais e relações comerciais bilaterais, o Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou o apoio dos dois países a uma trégua olímpica abrangendo todos os conflitos durante os próximos Jogos de Paris, o que também permitiria avançar na busca de soluções.
O Governo francês também anunciou hoje que vai facilitar a emissão de vistos para os viajantes chineses em negócios e turistas que visitam a França, um dia antes da reunião do comité interministerial do turismo (CIT) com o primeiro-ministro Gabriel Attal.
A França é o principal destino turístico do mundo, segundo a Organização Mundial do Turismo, tendo no ano passado recebido 100 milhões de visitantes estrangeiros, que gastaram um total recorde de 63,5 mil milhões de euros (1 euro equivale a Kz 900,64).
Vários contratos comerciais entre empresas francesas e chinesas foram assinados hoje por ocasião da visita de Xi, nomeadamente nas áreas da energia, transportes e finanças, anunciou o Eliseu.
Entre os contratos anunciados está um para o grupo francês Suez construir uma central de produção de electricidade a partir de biomassa no sul da China, por quase 100 milhões de euros.
O construtor ferroviário Alstom também obteve contratos para fornecer sistemas de tracção eléctrica para linhas de metropolitano em Beijing, Wuhan e Hefei.
Do lado financeiro, a seguradora Groupama vai criar uma 'joint venture' com o Shudao Group "em finanças verdes".
Outros acordos comerciais menos avançados envolvem a Schneider Electric para instalação de pontos de carregamento de veículos eléctricos, ou entre o Crédit Agricole e o Bank of China para "facilitar operações conjuntas".
No início do dia, o ministro francês da Economia e das Finanças, Bruno Le Maire, defendeu uma "parceria económica equilibrada e sólida" entre a França e a China, ainda "de longe" de ser alcançada hoje em detrimento de Paris.
A França registou um défice comercial de cerca de 46 mil milhões de euros com a China em 2023, enquanto o da União Europeia atingiu cerca de 300 mil milhões.
De acordo com uma lista de presentes oferecidos ao presidente chinês, consultada pela agência noticiosa AFP, Macron entregou uma garrafa de Hennessy X.O. Cognac e um decantador de Rémy Martin "Louis XIII" Cognac.
Em Paris foram ainda oferecidas a Xi obras de Victor Hugo, bem como o primeiro dicionário franco-chinês, publicado em 1742, e uma jarra "achatada nos dois lados, esculpida, em vidro de várias camadas", de uma vidraria de Amboise (Indre-et-Loire). JM