Bruxelas - A União Europeia (UE) vai enviar mais seis aviões com ajuda humanitária para a população de Gaza, com dois voos a descolarem hoje e no sábado de Brindisi (Itália), levando 55 toneladas de alimentos.
A ajuda enviada nestes dois voos inclui material logístico, como unidades móveis de armazenamento, frigoríficos e outros artigos que aumentarão a capacidade das organizações humanitárias para garantir uma resposta mais eficiente às populações de Gaza.
Na próxima semana partirão mais três voos de Bucareste, com material de abrigo, como tendas e colchões, doados pela Roménia.
O sexto voo descolará de Ostende (Bélgica) mais para o final do mês com mais bens doados por agências da ONU e outros parceiros humanitários.
Com o envio destes aviões, a ponte aérea da UE totaliza 14 voos, com mais de 550 toneladas de ajuda de emergência ao povo de Gaza, transportada para o Egito e depois distribuída na Faixa de Gaza a partir da fronteira de Rafah.
O Governo israelita concordou, na quinta-feira, em fazer pausas humanitárias em áreas limitadas e de apenas quatro horas por dia, afastando qualquer cenário de cessar-fogo.
Mais de 1.400 pessoas, maioritariamente civis, foram mortas em Israel desde o início da guerra desencadeada por um ataque violento sem precedentes do Hamas em solo israelita em 07 de outubro, segundo as autoridades israelitas.
Na Faixa de Gaza, as represálias de Israel, que afirma querer aniquilar o Hamas, causaram mais de 10.800 mortos, sobretudo civis, segundo o movimento islamista.
Ataque ao Hospital al Shifa em Gaza
Um ataque ao complexo hospitalar Al Shifa, em Gaza, causou hoje de manhã um morto e vários feridos, informou o Ministério da Saúde do enclave, que relatou outro atentado bombista ao centro infantil Al Rantisi.
"Um morto e vários feridos num ataque que teve como alvo a maternidade do complexo médico Al Shifa", o maior hospital de Gaza, disse Ashraf al Qudra, porta-voz da saúde da Faixa de Gaza.
A mesma fonte adiantou ainda que durante a noite houve outro "ataque directo ao Hospital Al Rantisi, especializado em crianças" e também localizado na cidade de Gaza, provocando um incêndio.
Israel garante que o centro militar e a infraestrutura subterrânea mais importante do Hamas estão localizados sob e ao redor do Hospital Al Shifa, onde têm ocorrido intensos combates nas últimas horas, à medida que as tropas israelitas avançam para a cidade de Gaza.
Médicos e grupos de direitos humanos denunciaram nas últimas semanas os bombardeamentos israelitas em torno de hospitais.
Muitos dos hospitais sofreram danos materiais com os ataques e pelo menos 18 dos cerca de 35 centros hospitalares não funcionam por falta de combustível.
Na semana passada, um ataque israelita em frente ao Hospital al Shifa matou cerca de 15 pessoas.
"Os ataques e bombardeamentos em hospitais (...) são uma loucura criminosa", segundo o gabinete de comunicação do Governo de Gaza, que condenou que "instalações de saúde tenham sido deliberadamente bombardeadas e nelas foram cometidos massacres".
Exército confirma morte de comandantes do Hamas envolvidos nos ataques
O exército israelita informou hoje que matou vários comandantes do Hamas alegadamente envolvidos nos ataques levados a cabo em 07 de outubro pelo grupo armado islamita contra o território israelita.
O exército de Israel indicou que realizou uma série de operações na Faixa de Gaza contra "terroristas" do Hamas, incluindo membros da força de elite Nujba, na sequência de "informações de inteligência fornecidas aos soldados pela agência Shin Bet".
De acordo com uma mensagem difundida através da conta na rede social X , anteriormente conhecido como Twitter, esta campanha resultou na morte de Ahmed Musa, comandante de Nujba, e de Amir Alhandi, também comandante, ambos escondidos no campo de refugiados de Gaza em Jabalia.
Segundo o exército israelita, Musa liderou o ataque contra a base de Zikim.
"Musa liderou a actividade ofensiva contra as forças israelitas na área a oeste de Jabalia", disseram as Forças de Defesa de Israel (IDF).
As tropas, adianta o exército, também mataram Muhamed Kahlut, chefe de um grupo de franco-atiradores do Hamas no norte de Gaza.
Somam-se outros 19 membros do grupo que já morreram nas mãos dos militares israelitas.
Israel declarou guerra ao Hamas a 07 de outubro, na sequência de um ataque do grupo islamita Hamas - considerado terrorista pela União Europeia e EUA - que incluiu o lançamento de foguetes e a infiltração de cerca de 3.000 milicianos que massacraram cerca de 1.400 pessoas - na sua maioria civis - e raptaram mais de 240 pessoas de aldeias israelitas perto de Gaza.
Desde então, o exército israelita tem respondido com bombardeamentos pesados diários na Faixa de Gaza e uma incursão terrestre sem precedentes nos últimos anos, deixando milhares de palestinianos mortos, feridos e desaparecidos, a grande maioria dos quais civis, no meio de uma terrível crise humanitária.CS