Médio Oriente: Conflito Israel-Hamas

     Mundo           
  • Luanda     Sexta, 17 Novembro De 2023    21h11  
Mapa da Faixa de Gaza
Mapa da Faixa de Gaza
Divulgaçao

Gaza - O Governo de Israel aprovou hoje a entrada diária de dois camiões com combustível na Faixa de Gaza, apesar de as organizações de ajuda humanitária terem alertado que, para suprir as necessidades, é necessário um fluxo constante.

A autorização só foi dada pelo Governo israelita depois de o exército e os serviços secretos terem aprovado a medida e após pedido prévio das autoridades dos Estados Unidos.

O objectivo é "garantir a manutenção mínima das necessidades dos sistemas de água, resíduos e saneamento" para evitar um surto de doenças que "potencialmente" também poderiam espalhar-se para Israel, segundo explica o documento do Governo, citado pelo jornal The Times of Israel.

Um primeiro carregamento, de 23 mil litros de combustível, foi destinado à agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA), mas com a condição de só ser utilizado no reabastecimento de veículos que entrem no território para fornecer ajuda.

Hoje, cerca de 150 mil litros de combustível destinados a abastecer os geradores de hospitais entraram na Faixa de Gaza através da passagem fronteiriça de Rafah, que liga o enclave ao Egipto, informaram os meios de comunicação social egípcios.

A organização estima que sejam necessários cerca de 160 mil litros por dia para aliviar a grave escassez de bens essenciais na Faixa de Gaza.

As autoridades israelitas também alertaram que irão garantir que o combustível que entra em Gaza não acabe nas mãos do grupo islamita Hamas e confiam que este tipo de gesto aumentará o espaço de manobra diplomática para continuar com a sua ofensiva e "eliminar" o Hamas.

Israel proibiu a entrada de combustível, assim como outros bens fundamentais água ou e medicamentos, na Faixa de Gaza há mais de um mês, na sequência do ataque sem precedentes ao território israelita realizado em 07 de Outubro pelo Hamas.

O ataque provocou, segundo Israel, mais de 1.200 mortos, na maioria civis, e permitiu ao Hamas fazer mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro em Gaza.

Em retaliação, Israel tem bombardeado Gaza e bloqueou a entrada de bens essenciais.

 
 União Europeia defende regresso da Autoridade Palestiniana a Gaza

O alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, defendeu hoje o regresso da Autoridade Palestiniana a Gaza como plano para estabilizar o enclave e fazer avançar a solução de dois Estados.

Numa conferência de imprensa em Ramallah com o primeiro-ministro palestiniano, Mohamad Shtayé, o chefe da diplomacia europeia apelou ao regresso da Autoridade Palestiniana à Faixa de Gaza, bem como ao reforço do apoio desta entidade por parte da comunidade internacional com forte envolvimento dos países vizinhos árabes.

Borrell tem sido explícito no seu compromisso para que a organização administrativa autónoma liderada pelo Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, seja reforçada e possa assumir o comando da situação em Gaza, uma vez terminada a guerra entre o grupo islamita Hamas e Israel.

Até agora, a UE tinha mencionado apenas a utilidade do regresso dos líderes palestinianos a Gaza como parte dos planos futuros para a Faixa, mas evitou indicar se essa competência deveria caber à Autoridade Palestiniana, que governa a Cisjordânia e que foi expulsa de Gaza em 2007 após a vitória eleitoral do Hamas.

Número de mortos na Faixa de Gaza sobe para 12 mil

O Governo do Hamas elevou hoje o número de mortos na Faixa de Gaza para 12 mil, em resultado da guerra iniciada em 07 de Outubro entre Israel e o movimento islamita palestiniano.

Entre as mortes registadas até à data incluem-se cinco mil crianças e 3.300 mulheres e cerca de 30 mil pessoas ficaram feridas, detalhou o Governo palestiniano do Hamas.

O Ministério da Saúde, por sua vez, afirma que dezenas de corpos estão espalhados nas ruas do norte da Faixa de Gaza e que é impossível contá-los devido à intensidade dos ataques israelitas.

O número real de vítimas em Gaza é "provavelmente muito superior" aos anunciados, uma vez que a atualização dos dados esteve parada por cinco dias devido ao colapso das comunicações no enclave, segundo a ONU.

Num 'briefing' na Assembleia-Geral da ONU sobre a situação humanitária na Faixa de Gaza, Martin Griffiths, o subsecretário-geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, afirmou hoje que, além do colapso da rede de comunicações - devido à falta de combustível -, a contabilização real do número de vítimas é dificultada pela demora em descobrir corpos debaixo dos destroços.

"Mais de 41.000 unidades habitacionais foram destruídas ou gravemente danificadas -- o que representa cerca de 45% do parque habitacional em Gaza", disse, em referência aos danos causados pelos ataques das tropas israelitas.

Há poucos ou nenhuns cuidados médicos disponíveis no norte de Gaza, afirmou Martin Griffiths, apontando que, dos 24 hospitais com capacidade de internamento no norte do enclave, apenas um - o al-Ahli - está atualmente operacional e a admitir pacientes.

Dezoito hospitais foram fechados e evacuados desde o início das hostilidades e outros cinco - incluindo o al-Shifa, privado de eletricidade três dias após a entrada das forças israelitas -, prestam serviços extremamente limitados a pacientes que já foram internados.

Por mais terrível que seja a situação em Gaza, "poderá piorar muito", avaliou o subscretário-geral, admitindo verdadeiras preocupações de que, se não forem adotadas medidas imediatas, este conflito possa ramificar-se ainda mais para outras partes do Território Palestiniano Ocupado e arrastar a região "para uma conflagração com consequências ainda mais catastróficas".

Griffiths recordou ainda os cerca de 240 reféns detidos pelo grupo islamita Hamas, "desde bebés a octogenários", que enfrentam mais de 40 dias de cativeiro.

"Eles devem ser libertados imediatamente e sem condições. Entretanto, devem ser tratados com humanidade e poder receber visitas do Comité Internacional da Cruz Vermelha", apelou.

Também o director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, participou na sessão, considerando "lamentável" e "patética" a quantidade de ajuda permitida até agora em Gaza, defendendo a necessidade de se reabastecer rapidamente os hospitais, reconstituir a força de trabalho da saúde e garantir que os serviços de saúde estão protegidos.

Até agora, a OMS verificou 152 ataques aos cuidados de saúde em Gaza, 170 na Cisjordânia e 33 em Israel, que incluem ataques a hospitais, clínicas, ambulâncias, profissionais de saúde e a pacientes.

O Ministério da Saúde do Hamas disse que 24 doentes morreram em 48 horas no hospital al-Shifa, localizado no norte da cidade de Gaza, devido à falta de combustível para alimentar os geradores.

A situação "é catastrófica" para os pacientes, cuidadores e deslocados que ali encontraram refúgio -- cerca de 2.300 pessoas segundo a ONU -- sem eletricidade, "nem água e alimentos", lamentou o diretor do hospital.

Pelo segundo dia consecutivo, nenhuma ajuda conseguiu entrar na Faixa de Gaza através da passagem de Rafah, no Egito, disse a ONU, com os seus veículos retidos devido à falta de combustível.

Mais tarde, Israel disse que o gabinete de guerra autorizou a entrada de dois camiões de combustível diariamente. Segundo uma autoridade norte-americana, as viaturas devem começar a ser enviadas no sábado, quando o Programa Alimentar Mundial das (PAM) alertou na quinta-feira para o "risco imediato de fome" em Gaza, onde os alimentos e a água são "quase inexistentes".

Segundo a ONU, 1,65 dos 2,4 milhões de habitantes do território palestiniano foram deslocados pela guerra.AM/CS

 

 

 

 

 





Fotos em destaque

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

SODIAM arrecada USD 17 milhões em leilão de diamantes

Sábado, 20 Abril De 2024   12h56

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Fazenda colhe mil toneladas de semente de milho melhorada na Huíla

Sábado, 20 Abril De 2024   12h48

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Huambo com 591 áreas livres da contaminação de minas

Sábado, 20 Abril De 2024   12h44

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Cunene com 44 monumentos e sítios históricos por classificar

Sábado, 20 Abril De 2024   12h41

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Comuna do Terreiro (Cuanza-Norte) conta com orçamento próprio

Sábado, 20 Abril De 2024   12h23

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Exploração ilegal de madeira Mussivi considerada “muito crítica”

Sábado, 20 Abril De 2024   12h19

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Hospital de Cabinda realiza mais de três mil cirurgias de média e alta complexidade

Sábado, 20 Abril De 2024   12h16

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Camacupa celebra 55 anos focado no desenvolvimento socioeconómico

Sábado, 20 Abril De 2024   12h10

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Projecto "MOSAP 3" forma extensionistas para escolas de campo em todo país

Sábado, 20 Abril De 2024   12h05

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Comunidade do Lifune (Bengo) beneficia de biofiltros

Sábado, 20 Abril De 2024   11h58


+