Milhares manifestam-se em Banguecoque após protesto fazer 55 feridos

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  • Luanda     Quarta, 18 Novembro De 2020    19h45  

Banguecoque - Milhares de manifestantes pró-democracia reuniram-se hoje no centro de Banguecoque, um dia depois de um protesto diante do parlamento ter provocado 55 feridos, incluindo seis com ferimentos de bala, noticiou a Lusa.

O protesto de terça-feira foi realizado para encorajar os legisladores a aprovar uma proposta que levaria a uma mudança constitucional substantiva, incluindo medidas para limitar o poder da monarquia.


Os manifestantes reuniram-se hoje pacificamente num grande cruzamento e, mais tarde, do lado de fora da sede da polícia nacional, que tinha os seus portões protegidos com arame farpado e a polícia anti-motim.


Os manifestantes disseram que queriam expressar a sua raiva pelo que consideraram como uso desproporcional da força pela polícia, que na terça-feira usou canhões de água com elementos químicos e gás lacrimogéneo contra os manifestantes.


Este episódio de violência foi o pior nos vários meses que já duram os protestos liderados por estudantes, que organizam manifestações com milhares de pessoas em todo o país.


Sucharn Thoumrungroje, um estudante de engenharia de 20 anos, disse que decidiu comparecer à manifestação de hoje depois de saber o que aconteceu diante do parlamento no dia anterior.


"Eu sinto que é inaceitável que o Estado use a força contra seu povo", disse Thoumrungroje.


"Eu entendo que há riscos em participar nos protestos, mas irei o máximo que puder para mostrar que não temos medo e permaneceremos firmes nos nossos pedidos", declarou o estudante.


Uma sessão conjunta de dois dias da Câmara e do Senado debateu sete propostas que poderiam emendar a Constituição. A votação ocorreu hoje e a moção apoiada pelo movimento de protesto não foi aceite.


Essa proposta, apresentada pelo Internet Law Reform Dialogue (iLaw), teria permitido que todos os aspectos da Constituição fossem alterados, incluindo artigos que tratam da monarquia.


A monarquia é uma instituição virtualmente intocável que muitos cidadãos comuns consideram o coração e a alma da nação e já era esperado que a proposta não fosse aprovada.


Duas propostas para estabelecer um comité para a redacção da Constituição foram aprovadas.


Uma das propostas, iniciada pela coligação do Governo, pede que o comité seja composto por uma mistura de membros nomeados e eleitos, enquanto a outra, apoiado pela oposição parlamentar, diz que todos os membros devem ser eleitos.


As outras propostas não foram aprovadas nesta primeira votação.


As propostas aprovadas deverão passar por uma segunda e terceira votações após pelo menos um mês.


Os líderes do protesto deixaram claro antes da reunião do parlamento que não ficariam satisfeitos a menos que a proposta submetida pelo iLaw fosse aprovada.


De acordo com os serviços de emergência, 55 pessoas que estavam no protesto de terça-feira foram enviadas para hospitais, a maior parte devido aos efeitos do gás lacrimogéneo.


Os serviços de emergência disseram que quatro permanecem hoje hospitalizados, incluindo três das seis pessoas que sofreram ferimentos com tiros. As circunstâncias dos tiroteios não foram esclarecidas pelas autoridades.


Numa conferência de imprensa hoje, a polícia referiu que apenas duas pessoas foram feridas com tiros e que não foram da responsabilidade da polícia.


"Estamos em processo de investigação sobre quem pode estar por trás dos tiroteios", disse a porta-voz da polícia, coronel Kissana Phathanacharoen.
"Nenhuma bala de borracha ou munição real foi usada pela polícia para a operação policial de terça-feira, isso está confirmado", garantiu o coronel.

A maior parte da violência de terça-feira ocorreu quando a polícia agiu contra os manifestantes liderados por estudantes, quando estes tentavam passar pelo arame farpado e outras barreiras para entrar no terreno do parlamento, nos arredores de Banguecoque.


Após cerca de seis horas de caos, um líder do protesto anunciou o fim do protesto, dizendo que os manifestantes haviam conquistado terreno suficiente para declarar que haviam alcançado o seu objectivo de cercar o Parlamento.


A sessão parlamentar foi um esforço do Governo do primeiro-ministro tailandês, Prayuth Chan-ocha, para retirar a iniciativa do movimento pró-democracia, que, além de buscar uma mudança constitucional, quer que Prayuth e o seu Governo renunciem e reformem a monarquia da Tailândia.

 





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