Moscovo - O Presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinyan, concordaram que os militares russos continuarão a garantir a segurança da fronteira da Arménia com a Turquia e o Irão, anunciou hoje o porta-voz do Kremlin.
"A pedido da Arménia, os nossos guardas de fronteira permanecerão na fronteira entre a Turquia e a Arménia e entre a Arménia e o Irão e continuarão a desempenhar as suas funções", disse Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias russa independente Interfax.
O acordo foi alcançado na quarta-feira à noite entre Putin e Pashinyan durante uma reunião que realizaram no Kremlin (sede da presidência russa) após a cimeira da União Económica Eurasiática.
Peskov confirmou ainda que os militares russos abandonarão outras regiões arménias, onde estão desde o segundo semestre de 2020 devido ao conflito desencadeado pela disputa do enclave de Nagorno-Karabakh, agora território sob controlo do Azerbaijão.
Assinado em 20 de abril, o acordo delimita a fronteira norte através da região norte-oriental de Tavush, debaixo de controlo arménio desde os anos 1990 e, em consonância com a Declaração de Alma-Ata (atualmente Almaty, no Cazaquistão) de Dezembro de 1991, que certificou a dissolução soviética e o advento de 15 novas repúblicas independentes, o Azerbaijão recupera o controlo de quatro localidades.
A notícia da retirada de forças russas surge num momento de grande tensão entre a Rússia e a Arménia, que congelou a sua participação na aliança militar pós-soviética (OTSC) devido à sua inacção face às incursões das tropas do Azerbaijão em território soberano arménio. JM