Moscovo - O ministro das Forças Armadas francês, Sébastien Lecornu, e o seu homólogo russo, Serguei Shoigu, expressaram esta quarta-feira "disposição para o diálogo" sobre a guerra na Ucrânia, durante uma conversa telefónica, garantiu o Ministério da Defesa russo.
"Foi notada uma vontade de dialogar sobre a Ucrânia. O ponto de partida poderia ser 'A Iniciativa de Istambul para a Paz'. Realizar uma reunião em Genebra sem a participação da Rússia não faz sentido", frisou o ministério russo em comunicado.
O Ministério das Forças Armadas francês já tinha divulgado a conversa telefónica entre os dois ministros, que falaram pela primeira vez desde Outubro de 2022.
De acordo com Paris, os governantes abordaram o atentado de Março reivindicado pelo autodenominado Estado Islâmico (EI) em Moscovo.
Segundo um comunicado do ministério francês, Sébastien Lecornu "reiterou a disponibilidade da França" para "aumentar os intercâmbios" com Moscovo no quadro da luta contra o "terrorismo", tendo também o ministro francês condenado "sem reservas a guerra de agressão que a Rússia lançou na Ucrânia".
A conversa telefónica de uma hora com o russo Serguei Shoigu foi realizada por iniciativa de Paris, que recordou não ter qualquer informação que "permita estabelecer uma ligação entre o ataque (ao Crocus City Hall) e a Ucrânia" e apelou à Rússia para "cessar qualquer instrumentalização".
A 22 de Março, homens armados entraram na sala de concertos de Moscovo Crocus City Hall, abriram fogo sobre a multidão e incendiaram o edifício. Segundo o último balanço, 145 pessoas morreram e 360 ficaram feridas, fazendo deste o mais mortífero ataque em solo russo em duas décadas. JM