Bruxelas - A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu esta quarta-feira a tomada de posse de Joe Biden como uma "nova madrugada" para os Estados Unidos e como o dia que a Europa "esperava há muito tempo".
"Esta nova madrugada na América é o momento por que esperávamos há muito tempo. A Europa está pronta para um novo começo com o nosso parceiro mais antigo e mais fiável", sublinhou Von der Leyen durante uma intervenção numa sessão plenária do Parlamento Europeu, onde os eurodeputados discutiram a situação política nos Estados Unidos.
Citando o escritor Herman Hesse: "em todo o começo reside uma magia" , Von der Leyen sublinhou que esta quarta-feira - dia em que Joe Biden irá tomar posse como novo Presidente dos Estados Unidos - é a prova da "resiliência da democracia americana" e a prova de que depois de "quatro longos anos" a UE voltou a ter "um amigo na Casa Branca".
Nesse âmbito, referiu que a parceria transatlântica deverá focar-se nos "desafios globais que precisam de cooperação global e renovada" e que vão da "transição climática à saúde, da digitalização à democracia".
No que se refere à saúde, Von der Leyen referiu que "não há maior necessidade para a cooperação a curto prazo do que no combate à pandemia que tem sido tão devastadora nos dois lados do Atlântico".
"A UE tem liderado a resposta global desde o primeiro dia. (...) Agora espero que os EUA se juntem ao nosso esforço comum. Seria uma mensagem forte", frisou.
Relativamente ao clima, a presidente da Comissão saudou o compromisso da nova administração em "regressar ao acordo de Paris desde o primeiro dia", salientando que "é um ponto de partida muito forte" para a cooperação renovada com a UE e referindo que "mais está para chegar".
"Queremos juntar forças com os Estados Unidos para lutar contra a perda de biodiversidade e a destruição da natureza. Queremos desenvolver as tecnologias que nos irão levar à neutralidade climática", destacou.
Von der Leyen chamou ainda a atenção para o "sentimento de alívio" que muitos estão a experienciar hoje, referindo que o facto de Trump sair da Casa Branca não deve "criar ilusões".
"Milhões de cidadãos americanos votaram no Presidente Trump nas eleições americanas e, ainda há alguns dias, muitos deles invadiram o Capitólio. (...) Sabemos que havia extremistas na invasão do Capitólio, mas havia também muitas pessoas que estão frustradas e chateadas nas nossas sociedades", sublinhou.
A presidente referiu assim que, ainda que os políticos "devem estar atentos aos medos e preocupações dos cidadãos comuns", devem também estar cientes que "pode não ser possível eliminar completamente estas forças obscuras" das sociedades.