Beijing - O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros apelou, esta segunda-feira, ao Tribunal Penal Internacional (TPI) que evite "dois pesos e duas medidas" e respeite a imunidade dos chefes de Estado, anunciou a Reuters.
As declarações de Wang Wenbin foram feitas em conferência de imprensa, depois de este ser questionado sobre qual era a posição da China em relação à emissão de um mandado de captura para o presidente da Rússia, na sexta-feira.
A instância salvaguardou que Vladimir Putin estava assim acusado de cometer crimes de guerra, na medida em que era presumivelmente responsável pela deportação ilegal de crianças.
A acusação visava também a comissária dos direitos das crianças para a presidência russa, Maria Alekseyevna Lvova-Belova.
Segundo o responsável chinês, o tribunal deveria "manter uma posição justa e imparcial" e "respeitar a imunidade dos chefes de Estado em relação à jurisdição sob o direito internacional".
Para além de aconselhar o TPI a não utilizar "dois pesos e duas medidas", Wenbin notou ainda que a instância deve evitar situações de "politização".
Os últimos dias continuam a ser marcados pelo aumento de tensão entre a Rússia e a comunidade internacional.
Para além dos problemas que marcaram a semana passada, com a colisão de um drone norte-americano e um caça russo, já este domingo Vladimir Putin continua a 'avançar' em território ucraniano, tendo marcado presença em Mariupol, numa visita surpresa àquela que foi, neste ano, uma das cidades mais afectada pela invasão das tropas russas.
Esta segunda-feira fica ainda marcada pelo início da visita do presidente da China, Xi Jinping, à Rússia.
As duas nações partilham uma fronteira com mais de quatro mil quilómetros de distância e Rússia é um importante fornecedor de petróleo e gás para a China.
Beijing considera ainda a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a relação com os Estados Unidos atravessa também um período de grande tensão.
A reunião dá a ambos os líderes a oportunidade de mostrarem que têm "parceiros de peso" numa altura de relações tensas com EUA, disse Joseph Torigian, especialista em relações sino-russas na American University, em Washington, citado pela agência Associated Press.GAR