Moscovo - A câmara alta do parlamento russo aprovou hoje a rescisão do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, faltando apenas a aprovação final do presidente para a Rússia abandonar o acordo ratificado em 2000.
A votação foi feita na sequência do anúncio avançado pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, no início deste mês quando afirmou que Moscovo poderia revogar a sua decisão de ratificar o acordo para espelhar a posição assumida pelos EUA que assinaram mas não ratificaram a proibição dos testes nucleares.
Assinado em 24 de Setembro de 1996, o tratado conhecido como CTBT, é um dos últimos acordos internacionais sobre armamento que a Rússia ainda considera vinculativo.
Em conjunto, a Rússia e os Estados Unidos têm 90% de todas as ogivas nucleares do mundo.
O CTBT proíbe todas as explosões nucleares em qualquer parte do mundo, mas o tratado nunca foi totalmente implementado, já que não foi ratificado nem pelos EUA, nem pela China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte, Israel, Irão ou Egipto.
A decisão russa tem causado preocupações aos países ocidentais que receiam que a Rússia possa retomar os testes nucleares para tentar desencorajar o Ocidente de continuar a dar apoio militar à Ucrânia.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguey Ryabkov, garantiu, no início deste mês, que Moscovo continuará a respeitar a proibição e só retomará os testes nucleares se Estados Unidos o fizer primeiro.
Ryabkov adiantou hoje que o seu ministério recebeu propostas dos EUA para retomar um diálogo sobre estabilidade estratégica e questões de controlo de armas, considerando, no entanto, que isso é impossível no actual ambiente político.
"Não estamos preparados para isso porque o regresso a um diálogo sobre estabilidade estratégica (...) tal como foi conduzido no passado é impossível até que os EUA revejam o seu curso político profundamente hostil em relação à Rússia", disse Ryabkov, citado pelas agências de notícias russas. GAR