Bruxelas - Os pedidos de asilo na União Europeia (UE) registaram em 2020 um decréscimo de 31% relativamente a 2019, atingindo assim o número mais baixo desde 2013, anunciou hoje o Gabinete Europeu de apoio em matéria de Asilo (EASO).
Com 461.300 pedidos de asilo registados em 2020, o EASO refere que esse foi o primeiro ano desde 2017 em que as "decisões de asilo excederam os pedidos", tendo sido emitidas 512 mil decisões em primeira instância durante esse período.
No total, a proveniência dos pedidos manteve-se igual, com a Síria no topo da lista, seguindo-se o Afeganistão e a Venezuela, e representando os três países, no seu conjunto, perto de um terço dos pedidos totais de asilo na UE.
No entanto, a grande maioria das nacionalidades registaram uma queda nos pedidos de asilo, tendo os venezuelanos apresentado menos 32% de candidaturas que em 2019, e os albaneses - o país com a maior queda nos registos - feito menos 66% de pedidos.
Em sentido contrário, o Brasil registou um aumento de 5% relativamente a 2019, tendo também havido um crescimento de 8% nos pedidos provenientes de Cuba.
Entre os pedidos de asilo registados, o EASO sublinha que cerca de 4% foram feitos por "menores não acompanhados".
A justificação utilizada pela agência responsável pelo asilo na UE para o decréscimo dos pedidos prende-se com a actual pandemia de covid-19, nomeadamente com as restrições de viagens e de movimento.
Nesse âmbito, o EASO precisa que a "maioria dos pedidos de asilo foram feitos em Janeiro e Fevereiro", e a minoria entre Março e Junho.
Não obstante a situação pandémica, o EASO refere que as autoridades nacionais de asilo mantiveram o "mesmo nível de tomada de decisões em primeira instância", permitindo assim uma "redução ligeira" dos "dossiês em atraso", havendo menos 17% de casos em consideração em Dezembro desse ano relativamente ao mesmo mês em 2019.