Damasco - Pelo menos 11 pessoas, entre elas seis civis, morreram hoje na Síria devido à explosão de dois carros-bomba em regiões do norte do país controladas por forças turcas e por rebeldes sírios, anunciou a organização não-governamental OSDH.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), as explosões de carros armadilhados com explosivos acontecem com alguma regularidade em zonas da Síria situadas na fronteira com a Turquia e que são controladas pelo exército de Ancara e por rebeldes sírios.
O OSDH anunciou que hoje que seis civis, incluindo duas mulheres e uma criança, morreram num primeiro ataque com um carro armadilhado perto de um centro cultural na cidade fronteiriça de Azaz.
No local, um repórter da AFP viu um carro em chamas, de onde saía uma espessa nuvem de fumo preto, e também um homem que corria levando nos braços uma criança com o corpo envolto num pano branco ensanguentado.
Mais tarde, perto da cidade de Al-Bab, outro ataque utilizando novamente um carro armadilhado teve como alvo um posto de controlo que servia para controlar rebeldes pró-turcos, tendo causado a morte a cinco dos seus elementos, segundo o director do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
Nos territórios sob administração dos rebeldes pró-turcos há disputas internas entre as várias facções sírias que ali estão e que são apoiadas por Ancara, além de no terreno estarem também activas células do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).
A responsabilidade pelos ataques sangrentos que atingem estas zonas é raramente reivindicada e Ancara atribui-as aos combatentes da principal milícia curdo-síria.
No sábado, na cidade de Afrin, oito civis, incluindo quatro crianças, morreram aquando do rebentamento de explosivos escondidos num veículo, de acordo com um outro comunicado hoje pela OSDH, que possui uma vasta rede de fontes na Síria.
Iniciada em 2011, a guerra na Síria tornou-se mais complexa ao longo dos anos com o envolvimento de potências estrangeiras, o surgimento de grupos jihadistas e devido à proliferação de facções beligerantes no país.
Até agora, os conflitos já mataram mais de 387 mil pessoas e atiraram milhões de pessoas para o exílio.