Lima - Um procurador anticorrupção peruano pediu hoje a prisão preventiva para a candidata direitista Keiko Fujimori, por ter se reunido indevidamente com uma testemunha do caso Odebrecht, enquanto o resultado da eleição presidencial de domingo continua em aberto.
O procurador José Domingo Pérez pediu à Quarta Vara do Crime Organizado "que seja revogado o comparecimento com restrições (liberdade condicional) e seja emitida a prisão preventiva contra a candidata Keiko Fujimori Higuchi".
"Foi determinado novamente que a acusada Fujimori Higuchi violou a restrição de não se comunicar com as testemunhas; pois foi revelado como facto público e notório que ela se comunica com a testemunha Miguel Torres Morales", argumentou o procurador, cuja solicitação deve ser decidida pelo Tribunal.
Fujimori, de 46 anos, que disputa a presidência do Peru contra o candidato de esquerda Pedro Castillo, apresentou-se na quarta-feira à noite numa conferência de imprensa, em Lima, para pedir ao Tribunal Eleitoral a nulidade de 802 actas - cerca de 200.000 votos -, onde estava acompanhada de Torres Morales, na qualidade de assessor.
Pedro Castillo tem uma leve vantagem na contagem oficial dos votos, de 50,2% contra 49,7% para Fujiori, com 99,1% das actas apuradas.
Por não ter sido condenada, Keiko conseguiu candidatar-se à eleição, apesar de ser investigada por receber supostamente dinheiro ilegal da construtora brasileira Odebrecht para as suas campanhas de 2011 e 2016, acusações que ela nega.
A candidata, que deve ir a julgamento por este caso se não ganhar a presidência, permaneceu 16 meses em prisão preventiva, até Maio de 2020.
Em virtude do "comparecimento vigiado", em Maio a justiça peruana impediu que a filha do ex-presidente preso Alberto Fujimori viajasse para o Equador para participar de um encontro político para a qual foi convidada pelo prémio Nobel peruano Mario Vargas Llosa, que apoia a sua candidatura.