Londres - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi obrigado a isolar-se e o seu ministro da Saúde deu positivo para a covid-19, às vésperas do levantamento das restrições vinculadas à pandemia na segunda-feira (19) no Reino Unido, um dia apelidado de "Freedom Day" que chega em meio a preocupações devido à alta de contágios pela variante Delta.
Johnson e o ministro das Finanças Rishi Sunak "foram contactados pelo serviço público de saúde porque estiveram em contacto com alguém que deu positivo para covid-19", anunciou hoje o escritório do primeiro-ministro britânico.
Os dois reuniram-se na semana passada com o ministro da Saúde Sajid Javid, que anunciou no sábado ter dado positivo para o coronavírus.
Um porta-voz de Downing Street informou a princípio que Boris Johnson e Rishi Sunak escapariam de um isolamento completo porque "participam de um programa piloto de testagem diária" que "lhes permite continuar a trabalhar em Downing Street".
No entanto, diante da indignação provocada por essa notícia e da denúncia da oposição de que o governo "está acima da lei", Downing Street anunciou duas horas depois que ambos cumprirão o seu período de isolamento.
Boris Johnson "continuará a realizar reuniões com os ministros à distância", na casa de campo dos chefes de governo britânico em Chequers, no noroeste de Londres.
O Reino Unido é um dos países da Europa mais afectados pela covid-19, com mais de 128 mil mortes e os casos aumentam há semanas, superando 54 mil casos diários no sábado.
Apesar desses números, Johnson anunciou o levantamento quase total, a partir de segunda-feira, das restrições que permanecem em vigor na Inglaterra, incluindo a obrigação de usar máscara e o distanciamento social, priorizando a "responsabilidade individual" de cada um.
"Por favor, tenham cuidado e encarem amanhã como o próximo passo (do desconfinamento) com todo o cuidado e respeito em relação aos outros, devido aos riscos que a doença ainda apresenta", pediu o líder conservador num vídeo publicado no Twitter neste domingo.
O Reino Unido está com a economia duramente prejudicada pelos sucessivos confinamentos, com uma queda de quase 10% do PIB em 2020.
O Estado gastou mais de 400 mil milhões de libras (554 mil milhões de dólares) para amenizar os prejuízos, às custas de um défice público recorde.
O dia que muitos aguardam impacientemente, apelidado pela imprensa de "Freedom Day" e inicialmente previsto para 21 de Junho, mas adiado para avançar a vacinação, será acompanhado de uma mensagem de moderação.