Jerusalém - A polícia israelita prendeu, na sexta-feira (10) à noite, quatro dos seis palestinianos que escaparam da prisão de segurança máxima de Gilboa no início da semana.
Desde a fuga, na segunda-feira (6), por um túnel escavado sob uma pia, as autoridades israelitas têm procurado pelos foragidos em Israel e na Cisjordânia ocupada, território de origem dos fugitivos e para onde o Exército enviou reforços.
Acreditava-se que estes poderiam ter deixado o país, cruzando a fronteira com a vizinha Jordânia, mas quatro dos fugitivos foram presos no norte de Israel, a cerca de 30 quilómetros da prisão.
Na sexta à noite, a polícia anunciou a prisão em Nazaré, a principal cidade árabe no norte de Israel, de dois membros do grupo armado Jihad Islâmica: Yaqub Qadri, de 48 anos, e Mahmoud Ardah, de 45 anos.
Segundo a imprensa local, Ardah, que cumpria pena de prisão perpétua, foi o principal instigador da fuga.
Logo após o anúncio da sua prisão, rapidamente divulgada por toda a imprensa israelita, o Exército informou o lançamento de um foguete a partir da Faixa de Gaza em direcção ao sul de Israel, que foi interceptado pelo escudo defensivo.
"As forças policiais os descobriram e perseguiram de helicóptero", disse a polícia sobre os dois fugitivos. "Eles foram detidos sem resistência no sul de Nazaré", prosseguiu.
Segundo a imprensa israelita, a polícia recebeu um alerta de moradores da cidade sobre a presença de dois homens a procura de comida no lixo.
E no início deste sábado (11), a polícia israelita anunciou a prisão de mais dois fugitivos "quando se escondiam no estacionamento de camiões".
Eles são Zakaria al-Zubeidi, conhecido ex-líder do braço armado do partido Fatah do presidente palestiniano Mahmoud Abbas, e Mohammad Ardah.
As prisões ocorreram na cidade árabe de Shibli Umm al-Ghanam, uma dúzia de quilómetros a leste de Nazaré.
"Os dois homens foram capturados por uma equipa de membros da unidade especial anti-terrorista da polícia e membros do Shin Bet (o serviço de segurança interna) após uma busca intensa", reportou a polícia israelita.
"A caça aos outros dois fugitivos prossegue", acrescentou.
Desde segunda-feira, as forças de segurança, incluindo o Exército, lançaram uma grande operação de busca para encontrar os seis que escaparam da prisão de Gilboa pelo túnel.
Imagens fornecidas pelos serviços penitenciários mostraram o buraco escondido na casa de banho de uma cela. Do lado de fora, os policiais encontraram outro buraco escavado no chão.
Essa bizarra evasão embaraçou as autoridades israelitas e foi comemorada como "heroica" pelos palestinianos.
Na sexta, o Exército israelita fez mais prisões na Cisjordânia ocupada entre pessoas próximas aos seis fugitivos, incluindo dois irmãos e uma irmã de Mahmoud Ardah, perto da cidade de Jenin.
O Exército implantou reforços na Cisjordânia para "rastrear" os seis fugitivos, membros de grupos armados palestinianos que foram acusados de preparar ataques contra os interesses israelitas.
As autoridades israelitas expressaram o receio de que esses prisioneiros possam cometer mais ataques.
Manifestações foram realizadas nos territórios palestinianos nos últimos dias para apoiar os fugitivos, muitas vezes levando a distúrbios com as forças de segurança israelitas.
Diante deste cenário de tensão, um agressor palestiniano que tentou esfaquear um policial na Cidade Velha de Jerusalém foi gravemente ferido a tiros do oficial e morreu pouco depois.