Washington - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fará um discurso à nação hoje para justificar a decisão de não prolongar a presença das tropas americanas no Afeganistão depois de 31 de Agosto.
Em comunicado, o mandatário explicou que esta foi a recomendação "unânime" dos comandantes do Estado-Maior Conjunto e dos chefes militares no Afeganistão.
Biden acrescentou que, do ponto de vista dos chefes militares, a melhor forma de proteger os soldados e as evacuações de civis era colocando fim à missão.
Os EUA encerraram esta madrugada a guerra mais longa de sua história, após quase 20 anos de conflito no Afeganistão.
O presidente destacou que nos últimos 17 dias foi feita "a maior evacuação aérea dos EUA", que retirou cerca de 120 mil pessoas do Afeganistão, entre cidadãos americanos, afegãos e de outros países.
O democrata disse que pediu para que o secretário de Estado, Antony Blinken, lidere a coordenação com os aliados internacionais para garantir a saída "segura" de qualquer americano, colaborador afegão e cidadão estrangeiro que queira abandonar o Afeganistão.
Segundo Biden, isto inclui trabalhar sobre a resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), aprovada na segunda-feira e focada na saída segura dos afegãos, na ajuda humanitária e no repúdio ao terrorismo.
A resolução contou com a abstenção de China e Rússia e foi criticada pela fraca condenação às violações dos direitos humanos. Para Biden, o texto "manda uma mensagem clara sobre o que a comunidade internacional espera dos talibãs" a partir de agora, como a permissão da liberdade para viajar.
"Os talibãs firmaram compromissos sobre a passagem segura e o mundo fará com que cumpram com seus compromissos. Isso incluirá uma diplomacia contínua no Afeganistão e coordenação com os parceiros da região para reabrir o aeroporto e permitir a saída daqueles que quiserem sair", analisou.