Manila - O Presidente das Filipinas recebeu a primeira dose da vacina chinesa contra a covid-19, apesar de ter dito que pretendia deixar o fármaco para quem mais dela precisa, quando o país enfrenta um surto da doença.
Responsáveis disseram que Rodrigo Duterte, de 76 anos, foi vacinado na segunda-feira com a Sinopharm, que no ano passado foi administrada secretamente aos membros da equipa presidencial de segurança, ainda antes da aprovação pelas autoridades competentes das Filipinas.
Depois de ter manifestado confiança nas vacinas russas e chinesas, Duterte disse que ia renunciar, no futuro imediato, a tomar a vacina contra a covid-19 por considerar que pessoas idosas, como ele, não deviam ser prioridade.
"Sinto-me bem, tenho estado a preparar-me para esta vacinação há muito tempo", disse, na segunda-feira, Duterte, ao receber a primeira dose.
A Sinopharm é administrada ocasionalmente nas Filipinas, onde os programas de vacinação dependem da outra vacina chinesa, a Sinovac, da russa Sputnik V e da britânica AstraZeneca.
Até um deste mês, 1,6 milhões de filipinos tinham recebido a primeira dose, e 300 mil já tomado a segunda dose, de acordo com dados oficiais.
O arquipélago, com 110 milhões de habitantes, está actualmente a combater um surto que elevou o número total de casos para mais de um milhão. Mais de 17.500 pessoas morreram devido à covid-19 no país.
A desconfiança em relação às vacinas é generalizada nas Filipinas. De acordo com um estudo recente, 60 por cento da população não quer ser vacinada contra a covid-19.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.203.937 mortos no mundo, resultantes de mais de 152,7 milhões de casos de infecção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.