Nova Délhi - O número dois do governo da capital, Manish Sisodia, foi segunda-feira a tribunal, acusado de corrupção pelo principal órgão de investigação no país e agência federal anti-corrupção, o Central Bureau of Investigation (CBI), segundo a agência Reuters.
Sisodia preso com o fundamento de uma regra do governo indiano sobre a venda de álcool.
Centenas de manifestantes reuniram-se em frente à sede do partido em Délhi, e noutras cidades do país, denunciando assim o que consideram um caso político, ao mesmo tempo que outras formações políticas, dirigentes e chefes de governo condenaram a detenção.
De acordo com o CBI, os regulamentos implementados no ano passado e retirados logo depois, que pretendiam acabar com o controlo do governo sobre as vendas de álcool na cidade, concediam vantagens inadequadas aos vendedores particulares.
O tribunal manteve a detenção do vice-chefe do governo de Nova Délhi por pelo menos cinco dias, sob custódia do CBI, para interrogatório, informou o principal advogado de Sisodia, Dayan Krishnan, um dos principais líderes do Partido do Homem Comum (AAP), criado em 2012 pelo activista anti-corrupção e actual chefe de governo de Nova Délhi, Arvind Kejriwal.
A sua prisão é vista pelos parceiros de formação como um ataque do governo do primeiro-ministro, Narendra Modi, contra o APP, um dos principais partidos da oposição, o que acontece antes das eleições marcadas para o próximo ano, nas quais o primeiro-ministro busca um terceiro mandato.
Arvind Kejriwal disse que até mesmo "oficiais do CBI eram contra a prisão de Manish" e que "não há provas contra ele (Sisodia). Mas a pressão política para o prender foi tão alta que o CBI teve de obedecer aos mestres políticos", escreveu no Twitter.
O APP, com uma década de história, tem ganho adeptos nos últimos anos, obtendo a vitória nas últimas eleições regionais no estado de Punjab, no norte, até então controlado pelo Partido do Congresso da dinastia Nehru-Gandhi.
Mais recentemente, nas eleições do estado de Gujarat, região de origem de Modi, a AAP conquistou cinco lugares na assembleia regional.