Relatório mostra que países conseguiram manter planeamento familiar

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  • Luanda     Terça, 26 Janeiro De 2021    09h53  
Ilustração do Covid-19
Ilustração do Covid-19
Divulgação

Londres - A pandemia de covid-19 teve um efeito ricochete nos programas de planeamento familiar de países em desenvolvimento africanos e asiáticos, mas muitos governos conseguiram responder e providenciar contracepção a mulheres e raparigas, revela um relatório publicado hoje.

Restrições à circulação dentro dos países e receio do vírus impediram o acesso a clínicas, muitas das quais fecharam ou continuaram a funcionar mas sem meios adequados de protecção e a interrupção das cadeias de abastecimento internacional afetou a disponibilidade de produtos contraceptivos, refere o relatório final da parceria Planeamento Familiar (FP2020). 

A Organização Mundial de Saúde deu conta da interrupção de serviços em dois terços dos 103 países inquiridos e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) estimou em Abril que quase 50 milhões de raparigas e mulheres poderiam perder o acesso à contraceção. 

Porém, governos, organizações não-governamentais e outras entidades de países como Nepal, Etiópia, Filipinas ou Uganda mobilizaram-se, coordenando a resposta oficial com a sociedade civil, reorganizando provisões e o seu transporte, seja internacional ou no terreno, até zonas rurais mais remotas. 

Em Moçambique, o Ministério da Saúde criou uma linha telefónica para informar sobre as clínicas com serviços de saúde reprodutiva e recursos para a covid-19, enquanto que no Vietname foi criada uma aplicação de telemóvel destinada sobretudo a minorias étnicas e trabalhadores migrantes. 

A pandemia de covid-19 "representa desafios, mas os países estão a reagir e há uma mudança da forma como mulheres e raparigas que já têm experiência estão a procurar serviços de formas diferentes”, por exemplo procurando contracepção em farmácias em vez de clínicas ou em locais mais próximos, disse Jason Bremner, um dos autores do relatório, à agência Lusa.

A FP2020 é uma parceria que envolve organizações como a Fundação Bill & Melinda Gates, Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento britânico, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e a agência de desenvolvimento internacional dos Estados Unidos (USAID).

Foi formada em 2012, após a Cimeira Sobre Planeamento Familiar realizada em Londres, com o objectivo de acrescentar 120 milhões aos 260 milhões de raparigas e mulheres que usavam, então, contraceção. 

Segundo o relatório publicado hoje, ficou-se por metade da meta, estimando-se que atualmente 320 milhões de mulheres e raparigas nos 69 países africanos e asiáticos em desenvolvimento abrangidos usem métodos como a pílula, contracetivo injetável, preservativos e dispositivo intrauterino. 

“Era um objectivo ambicioso que sabíamos que seria difícil atingir. Existem muitos fatores que têm impacto e que não têm a ver com a cadeia de abastecimento ou se o contraceptivo está disponível, como normas sociais, culturais e religiosas”, admitiu Beth Schlachter, diretora executiva da FP2020, a jornalistas. 

Mesmo assim, a parceria estima que foram evitadas mais de 121 milhões de gravidezes indesejadas, 21 milhões de abortos inseguros e 125.000 mortes das mães pós-parto apenas no ano passado.

Em 13 países africanos, o número de utilizadoras duplicou desde 2012, incluindo Burkina Faso, Moçambique e Somália.

Terminado o projeto, a parceria pretende renovar a iniciativa numa parceria FP2030 para chegar a mais pessoas, já que todos os anos o número de mulheres em idade reprodutiva tem aumentado em média em 15 milhões só nos 69 países em causa. 

 



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