Kiev - Rússia perdeu, nas últimas 24 horas, mil e 100 soldados, 30 tanques, 32 veículos blindados e 31 sistemas de artilharia em combates na Ucrânia, anuncia a Reuters.
A informação foi confirmada pelo Kiev Independent, numa atualização feita esta sexta-feira numa publicação na rede social X (antigo Twitter), onde pode confirmar-se ainda que, no total, desde que começou invasão à Ucrânia.
Segundo eles, as tropas russas já perderam aproximadamente 322.900 tropas, 5.496 tanques, 10.256 veículos blindados de combate e 10.230 sistemas de artilharia.
De recordar que a invasão russa da Ucrânia, iniciada em 24 de Fevereiro de 2022, prossegue com combates sangrentos na região leste, onde as forças de Rússia desenvolvem ataques massivos em Kupiansk, Marinka e Avdivka, enquanto as tropas de Kiev vão repelindo estas investidas e tentando progredir na região sul, nas frentes de Zaporijia e Kherson.
Enquanto isso, o exército russo lançou a terceira vaga de ataques desde 10 de Outubro contra Avdiivka, no leste da Ucrânia, bombardeando sistematicamente o centro da cidade, alertou hoje o presidente da câmara local.
Há mais de um mês que a cidade industrial, quase cercada, mas ainda servida por uma estrada alcatroada, enfrenta ataques incessantes das forças da Rússia, que há anos a tenta conquistar.
"A terceira vaga (de assalto) começou", declarou o presidente da câmara, Vitaly Barabach, à televisão ucraniana, citado pela agência francesa AFP.
O autarca disse que os ataques vêm dos flancos sul e norte, da zona industrial e de Spartak, uma aldeia situada entre Avdiivka e Donetsk, a capital da região homónima ocupada pela Rússia.
Avdiivka caiu brevemente nas mãos de separatistas pró-russos armados por Moscovo em Julho de 2014, antes de regressar ao controlo ucraniano.
Desde então, a cidade, em grande parte destruída, marcou a linha da frente na região e tornou-se um símbolo da resistência ucraniana.
As forças de Kiev, entrincheiradas em sólidas fortificações, tiveram de ceder algum terreno ao longo do último mês, mas as defesas parecem estar a aguentar-se até agora, segundo a AFP.
"Na cidade, há 30 a 40 ataques maciços por dia", disse Vitaly Barabach.
Os russos começaram recentemente a utilizar bombas de fragmentação, uma arma controversa que projecta aleatoriamente explosivos mais pequenos sobre uma vasta área, de acordo com Barabach.
Também na conta na plataforma Telegram Rybar, próxima do exército russo, foi confirmada a utilização deste tipo de arma, que "permitirá destruir as ofensivas inimigas ainda com mais sucesso".
Segundo Barabach, apesar dos combates e dos bombardeamentos, vivem ainda em Avdiivka cerca de 1.350 pessoas, quando a cidade tinha cerca de 30.000 habitantes antes da guerra.
Após quase seis semanas de ataque russo, a Ucrânia insiste que as suas forças estão a manter-se firmes em Avdyivka e que infligem perdas muito pesadas às tropas russas.
Donetsk é uma das quatro regiões ucranianas anexadas pela Rússia desde que invadiu a Ucrânia em 24 de Fevereiro de 2022, juntamente com Lugansk, Kherson e Zaporijia.
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a soberania russa nas cinco regiões ucranianas.
Kiev exige a retirada das tropas russas de todo o território ucraniano, incluindo a Crimeia, como uma das condições para eventuais conversações sobre o fim da guerra.
Em resposta, Rússia diz que a Ucrânia tem de se conformar com a nova realidade. GAR