Moscovo - O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia convocou neste sábado o encarregado de negócios interino da Embaixada checa, a quem entregou uma nota de protesto pelo congelamento por Praga dos activos de uma empresa que gere propriedades estatais russas.
A mesma fonte adiantou que foi transmitido ao diplomata Jiri Cistecky "que, para proteger os seus interesses legítimos, a parte russa usará todos os meios, incluindo medidas de retaliação em relação aos activos imobiliários checos na Rússia".
O Kremlin classificou esta semana de ilegal, anti-russa e perturbadora a decisão da República Checa de congelar os ativos da empresa Gossagransobstvennost.
"A julgar por tais decisões, que estamos convencidos de que são absolutamente ilegais do ponto de vista do direito internacional, todos os bens que possam ser nossa propriedade, com exceção daqueles que têm estatuto diplomático, estão, é claro, agora sob ameaça", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O governo da República Checa incluiu a empresa que gere propriedades estatais da Rússia em solo checo na sua lista de sancionados por considerar que com essa actividade comercial Moscovo financia "o assassinato de ucranianos".
A maioria dos activos em questão está localizada em Praga ou na cidade balnear de Karlovy Vary, que tradicionalmente conta com uma importante comunidade empresarial e de cidadãos russos.
A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.CS