Damasco - A Síria acusou quinta-feira Israel de realizar um novo ataque com mísseis contra o sul do seu território, três dias depois de outra operação vinculada ao Estado judeu, que matou um comandante dos Guardas da Revolução do Irão, anuncia a Reuters.
"Por volta das 23h05 (21h05 em Angola) desta quinta-feira, o inimigo israelita realizou um ataque aérea a partir do Golã sírio ocupado contra alguns pontos da região sul", referiu fonte militar não identificada, em comunicado divulgado pela agência de notícias oficial síria SANA.
As defesas anti-aéreas do país árabe conseguiram derrubar a maior parte dos projécteis e os que atingiram o alvo causaram apenas danos materiais, segundo a mesma fonte.
A SANA noticiou ainda as defesas anti-aéreas estavam a actuar contra "objectos hostis" nas proximidades de Damasco, mas não confirmou oficialmente que se tratasse também de um ataque aéreo israelita.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização não-governamental (ONG) sedeada no Reino Unido mas com uma ampla rede na Síria, frisou em comunicado que a acção israelita teve como alvo uma posição militar na província de Al Sueida, no sul do país, e também nos subúrbios da capital, onde está localizado o Aeroporto Internacional de Damasco.
Este é o segundo ataque aéreo realizado por Israel contra território sírio esta semana, depois de um alegado atentado à bomba ter morto segunda-feira o conselheiro militar iraniano Razi Mousavi, nos arredores da capital, uma perda pela qual Teerão prometeu vingança.
As milícias iranianas e pró-iranianas estão presentes na Síria como aliadas do Presidente Bashar al-Assad, e as acções israelitas visam frequentemente algumas das suas posições, armazéns de armas ou mesmo caravanas com abastecimentos.
O Estado Judeu intensificou as suas operações contra o território sírio desde o início da guerra de Gaza em Outubro contra o movimento islamita palestiniano Hamas, em retaliação a um ataque sem precedentes contra Israel, embora já realizasse acções deste tipo com relativa regularidade.
Milhares de iranianos participaram quinta-feira em Teerão no funeral do brigadeiro-general Razi Moussavi, gritando "morte a Israel e aos Estados Unidos", noticiou a imprensa estatal iraniana.
Alguns exibiam cartazes que mostravam Moussavi numa fotografia ao lado do general Qassem Soleimani, chefe da Força Qods e figura-chave da República Islâmica no Médio Oriente, por sua vez abatido num ataque norte-americano no Iraque no início de 2020.
O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, reuniu-se quinta-feira com a família de Razi Moussavi, a quem apresentou condolências.
No funeral, o chefe dos Guardas da Revolução, Hossein Salami, considerou Moussavi "um dos mais experientes e eficazes comandantes dos Guardas na frente da resistência".
Questionado sobre o ataque que matou Moussavi na Síria, Israel disse que "não comenta notícias de meios de comunicação estrangeiros". GAR