Nova Iorque - O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) não chegou a acordo, na terça-feira, para produzir uma declaração comum sobre a Síria, segundo fontes diplomáticas.
Este falhanço ocorreu no final de um dia de negociações marcado pelo apelo do enviado especial da ONU ao relançamento do processo político, que se encontra em estado de impasse.
A Federação Russa bloqueou as negociações, por várias vezes, adiantaram as mesmas fontes. Não foi possível, até ao momento, obter um comentário da representação russa na ONU sobre a sua posição.
Durante a manhã, durante uma reunião à porta fechada, o emissário da ONU, Geir Pedersen, tinha solicitado que o Conselho se unisse para se sair do impasse, ao mesmo tempo que reconhecia o fracasso, no final de Janeiro, da última reunião da comissão constitucional síria, que deveria alterar a Constituição e abrir a via para eleições transparentes no país.
"As divisões actuais no seio da comunidade internacional devem ser superadas", disse a alguns jornalistas, depois da sua videoconferência com o Conselho de Segurança.
Há "necessidade de uma diplomacia internacional construtiva sobre a Síria. Sem isso, é pouco provável que uma via constitucional avance realmente", acrescentou.
Desde o início do conflito, em 2011, que já causou mais de 380 mil mortos, o tema tem oposto com frequência ocidentais a russos, que são o principal apoio do regime de Damasco, e chineses.
A reunião no final de Janeiro, a quinta do género, foi "uma oportunidade pedida e uma decepção", reconheceu também o enviado da ONU que a tinha co-organizado, a par de representantes do regime, da oposição e da sociedade civil.
A comissão constitucional síria, encarregado de modificar a Constituição de 2012, com vista às próximas eleições, tinha sido criada em Setembro de 2019 e inaugurada em 30 de Outubro de 2019, em Genebra.
A última declaração do Conselho sobre a Síria remonta a Outubro de 2019. Na altura, teve por objectivo saudar a criação e uma comissão constitucional "credível, equilibrada e inclusiva".