Síria: ONU critica renitência de 57 países em repatriar mulheres e crianças refugiadas

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  • Luanda     Segunda, 08 Fevereiro De 2021    20h51  
Sede da ONU, em Nova Iorque
Sede da ONU, em Nova Iorque
Divulgação

Genebra – Responsáveis da ONU pediram hoje a 57 países que repatriem as mulheres e crianças que permanecem retidas em campos de refugiados no nordeste da Síria, e criticaram-nos por argumentarem motivos de segurança e de saúde para não o fazerem.

Através de cartas oficiais enviadas a esses governos, onde se incluem Espanha, França, China, Alemanha, Rússia, Estados Unidos ou Reino Unido, cerca de 20 relatores e peritos da ONU denunciam a deterioração da situação humanitária nesses campos, onde 80% dos ocupantes são mulheres e crianças.

“Não são campos de refugiados, mas centros onde as pessoas estão detidas sem liberdade para sair e vivem em condições inumanas, que poderiam comparar-se às de Guantánamo”, sublinhou em conferência de imprensa Fionnuala Ní Aoláin, a relatora da ONU para os direitos humanos e luta antiterrorista, durante a apresentação da petição.

A irlandesa assinalou que cerca de metade das pessoas são provenientes do vizinho Iraque, um factor que dificulta o seu repatriamento por motivos de segurança, enquanto 15% (mais de 9.000) são oriundas de terceiros países.

Ní Aoláin reconheceu que na lista de 57 países “existem alguns que estão a promover esforços para repatriar”, ao citar como exemplos a Rússia ou o Cazaquistão, mas indicou que “em muitos casos se trata de uma lista de vergonha”, por ausência de vontade política para que esses cidadãos regressem aos seus locais de origem.

A relatora explicou que muitos governos argumentam motivos de segurança, pela vinculação de alguns dos internados a grupos como o ‘jihadista’ Estado Islâmico (EI), e que na sua perspectiva é particularmente injusto no caso das crianças, “condenadas por pertencerem a uma família”.

Segundo Ní Aoláin, muitos dos países da lista assumem, de forma equivocada, que a Síria irá reunir em breve condições para poder julgar os suspeitos.

“Se existem suspeitos de crimes, os países podem processar os repatriados”, defendeu, acrescentando que a prioridade consiste em reabilitar estas pessoas e as suas sociedades e advertindo que condenar alguns destes detidos a uma vida indigna poderá originar problemas de segurança no futuro.

A relatora acrescentou que diversos governos utilizam agora também a pandemia de covid-19 como desculpa para atrasar os repatriamentos e criticou as tentativas de alguns executivos por cancelarem a cidadania destes detidos para evitar que se responsabilizem por eles, “algo que é contrário à lei internacional”.

A petição aos governos solicita “uma acção colectiva, sustentável e imediata para evitar um dano irreparável”, pelo facto de “milhares de detidos nesses campos serem submetidos a violência, exploração, abuso e privações em condições que podem constituir torturas ou tratamentos inumanos”.

Os peritos denunciaram que em 2020 decorreu nesses campos um processo de recolha de dados e supostamente destinados a identificar presumíveis ligações ao EI, e no qual mulheres e crianças foram muitas vezes interrogados para a obtenção de dados pessoais sem o seu consentimento.





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