Banguecoque - As autoridades tailandesas anunciaram hoje quase cinco mil casos de covid-19, mais de metade dos quais descobertos nas prisões sobrelotadas de Banguecoque.
O país asiático assistiu ao seu pior surto desde o início da pandemia nas últimas semanas e hoje registou 32 mortos, elevando o número total de casos para quase 95.000 infectados e 518 óbitos.
O Departamento de Correcções tailandês admitiu numa declaração no dia anterior que mais de 2.800 prisioneiros tinham contraído covid-19 em duas prisões da capital.
As autoridades ordenaram a criação de um hospital de campanha temporário e de um centro de quarentena para tratar os prisioneiros, que serão inoculados com a vacina contra a covid-19, disse o director do Departamento de Correcções, Aryut Sinthoppan.
O surto nas prisões foi criticado pela organização não-governamental Human Rights Watch (HRW), que recordou ao Governo tailandês a sua obrigação de "proteger a saúde" de todos os detidos e apelou à libertação dos prisioneiros com delitos menores.
Entre os contaminados encontram-se vários estudantes activistas que permaneceram em prisão preventiva sob acusação de lese à majestade, que a Tailândia pune com três a 15 anos de prisão.
Alguns dos quais foram libertados na terça-feira com fiança.
A Tailândia - país com quase 70 milhões de pessoas - começou a vacinar contra a covid-19 em 28 de Fevereiro, mas até agora só inoculou cerca de 1,8 milhões de pessoas com pelo menos uma dose e pouco mais de 500.000 pessoas com o regime completo.
O país implementou várias medidas, tais como o encerramento de bares e estabelecimentos de vida nocturna, para tentar controlar este ressurgimento, ligado à propagação da chamada estirpe britânica do vírus.