Moscovo - As forças taiwanesas realizaram nesta quarta-feira exercícios militares no arquipélago de Matsu, norte de Taipé, e próximo à cidade de Fuzhou, na China.
De acordo com reportagem do South China Morning Post (SCMP), as tropas taiwanesas utilizaram munições reais durante o treinamento na pequena ilha de Dongyin, que faz parte do estratégico arquipélago de Matsu.
O Ministério da Defesa de Taiwan informou que tais actividades são rotineiras.
Durante a acção, foram disparados tiros contra um alvo flutuante no mar, simbolizando um ataque de forças inimigas.
Em entrevista ao SCMP, um oficial da Defesa de Taiwan, que não quis identificar-se, informou que actualmente cerca de 1.100 soldados estão alocados na ilha de Dongyin.
"A base de mísseis está na linha de frente para combater qualquer ataque com os nossos mísseis. Se não fosse isso, por que daríamos valor a um lugar tão pequeno onde o porto é pequeno demais para navios militares maiores e onde não há aeroporto para a força aérea?", indagou o oficial.
Uma segunda fonte ouvida pelo SCMP revelou que Taiwan sentiu-se ameaçada após uma aeronave do Exército de Libertação Popular da China sobrevoar a região. O entrevistado, que também não quis identificar-se, afirmou que o arquipélago é "a chave para o controlo da região norte do estreito de Taiwan".
No início deste mês, o ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, disse que Pequim poderia inspirar-se na operação militar especial realizada pela Rússia na Ucrânia para "acelerar" as suas movimentações.
No entanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, rejeitou tais alegações, enfatizando que a operação da Rússia para "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia e a intenção da China de se unificar pacificamente com Taiwan "não são comparáveis".
Taiwan é um território autogovernado e, nos anos 1970, a ONU passou a reconhecer a República Popular da China como a única representante legítima da China. Pequim declara que é apenas uma questão de tempo até que Taipé se reunifique com a China continental e que se trata de uma questão interna do país.