Cabul - Os talibãs assumiram hoje o controlo de Farah, oeste do Afeganistão, a sétima capital provincial a cair em seu poder nos últimos cinco dias, enquanto a Rússia decidia reforçar com novas armas a sua base militar no vizinho Tajiquistão.
"Ao início da tarde [de hoje], os talibãs entraram na cidade de Farah após se terem brevemente confrontado com as forças de segurança. Apoderaram-se do gabinete do governador e do quartel-general da polícia. As forças de segurança retiraram-se para uma base do exército", declarou o conselheiro provincial Shahla Abubar citado pela agência noticiosa AFP.
Um deputado da Câmara baixa no parlamento nacional, Naser Farahi, eleito por Farah, também confirmou a queda da capital provincial "e enquanto as forças de segurança apenas resistem no recinto do Diretório Nacional de Segurança", a principal agência de informações afegã.
Em paralelo, a Rússia decidiu reforçar com armamento moderno a sua base militar na república centro-asiática do Tajiquistão, um país com mais de 1.300 quilómetros de fronteira comum com o Afeganistão, devido ao avanço dos talibãs, revelaram hoje fontes militares russas citadas pela agência noticiosa Efe.
A base 201 instalada em Duchambé, a capital tajique, recebeu lança-foguetes de defesa antiaérea com infravermelhos Verba, armas automáticas Kalashnikov AK-12 e armas de precisão, e ainda lança-chamas de longo alcance.
Em Junho tinha já sido anunciado o envio de blindados BMP-2 para a maior base russa no exterior do país, que inclui unidades motorizadas de tanques e de artilharia.
Este armamento foi utilizado durante as manobras com as Forças Armadas do Tajiquistão e Uzbequistão na fronteira com o Afeganistão, concluídas na passada terça-feira.
Na semana passada o chefe de Estado-Maior russo, Valeri Guerasimov, anunciou o reforço do armamento dirigido aos dois países da Ásia Central para repelir "a ameaça terrorista".
Os exércitos da Rússia e da China também promoveram esta semana manobras militares conjuntas "antiterroristas" face à "alteração da situação de segurança na Ásia Central".