Cabul - Os talibãs rejeitaram esta quinta-feira um relatório da missão de assistência da ONU no Afeganistão instando à adopção de medidas para "travar a tortura" nas prisões do país e garantiram que os presos e os seus direitos estão protegidos.
O porta-voz do Ministério do Interior afegão, Abdulmatin Qani, afirmou que a "dignidade humana" dos presos no Afeganistão é respeitada e negou que haja "maus-tratos".
"Os maus-tratos, a tortura e a repressão dos prisioneiros são contrários aos ensinamentos do Islão e entram em conflito com todos os princípios e normas religiosos. Em virtude desses valores religiosos e das instruções e ordens dos dirigentes, as autoridades consideram-se obrigadas a tratar bem os presos", sustentou.
Indicou igualmente que foi emitido um decreto que insiste no "bom tratamento" dos reclusos por parte dos funcionários e sublinhou que a tortura está "estritamente proibida", na conta do Ministério do Interior na rede social X (antigo Twitter).
"Nesse decreto, diz-se que ninguém tem direito a atentar contra a dignidade humana dos presos, incluindo suspeitos e acusados, e ninguém pode violar os seus direitos", asseverou.
Qani relatou, contudo, que durante as visitas do ministro do Interior talibã, Sirajuddin Haqqani, a várias prisões do país, foram apresentadas queixas sobre o tratamento dado a alguns prisioneiros.
Sobre essa situação, sublinhou que embora o Ministério do Interior "tenha autoridade para atender tais questões, também há tribunais militares em todas as províncias que investigam denúncias sobre o mau comportamento dos funcionários".MOY/DSC