A líder da oposição bielorrussa, Svetlana Tikhanovskaia, considerou hoje em Berlim que seria positivo para a União Europeia acelerar e ampliar as sanções contra o regime do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
Em conferência de imprensa por ocasião da apresentação de um documentário sobre o movimento democrático no seu país, Tikhanovskaia garantiu que "seria bom se tudo fosse mais rápido e mais assertivo" para que todos os presos políticos sofressem menos, entre eles o seu marido, Serguei Tikhanovsky.
Na sua opinião, são necessárias "sanções severas" contra indivíduos em cargos de responsabilidade no país, mas também "contra sectores" inteiros como o poder judicial, que impõe penas de prisão injustificadas.
Além disso, considerou também que essas sanções devem ser aplicadas a todos os envolvidos na fraude eleitoral de Agosto de 2020 - que desencadeou a actual onda de protestos e a consequente repressão violenta por parte do regime de Minsk - e no recente desvio forçado de um avião comercial para deter o jornalista dissidente Roman Protasevich.
Tikhanovskaia solicitou "apoio" externo da sociedade civil do seu país, dos meios de comunicação independentes e das famílias de prisioneiros políticos enclausurados pelo "regime assassino" de Lukashenko.
A opositora, que aproveitou a visita a Berlim para encontrar-se com "representantes dos principais partidos políticos", esteve na capital alemã para apresentação do documentário "Coragem. Arte e democracia na Bielorrússia" sobre a repressão ao movimento pró-democrático, no festival internacional de cinema Berlinale.
O realizador do documentário, Aliaksei Paluyan, de 31 anos, residente em Berlim, garantiu que a Bielorrússia vive em "alerta vermelho" devido à repressão.
Pelo menos 55 artistas foram detidos nos últimos meses no país.
"É para mim doloroso ver nestes filmes como se espanca, mata e tortura as pessoas", reconheceu Tikhanovskaia.