Nova Iorque - A Tunísia, Noruega e China convocaram esta quarta-feira à noite uma nova reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito israelo-palestiniano.
A reunião foi convocada apesar da relutância dos Estados Unidos em ver o organismo assumir um papel no restabelecimento da calma no Médio Oriente.
Os israelitas e os palestinianos, que multiplicam as suas acções armadas, deverão intervir durante esta nova sessão, que será pública, ao contrário das duas reuniões anteriores realizadas na segunda-feira e quarta-feira de manhã à porta fechada, disseram os diplomatas à agência noticiosa France-Press (AFP).
Os Estados Unidos opuseram-se à adopção de uma declaração conjunta do Conselho de Segurança apelando a uma paragem dos combates, chamando-lhe "contraproducente" nesta fase, afirmaram fontes diplomáticas.
"A comunidade internacional, incluindo o Conselho de Segurança, deve agir sem demora para exigir que Israel cesse os seus ataques à população civil palestiniana" e também parar os seus "planos para deslocar à força e limpar etnicamente os palestinianos da cidade" de Jerusalém, escreveu o embaixador palestiniano na ONU, Riyad Mansour, numa carta dirigida quarta-feira a altos funcionários da ONU.
O objectivo de uma nova reunião do Conselho de Segurança não é multiplicar "reuniões e projectos de textos", mas "tentar contribuir para a paz e ter um Conselho de Segurança capaz de pedir um cessar-fogo", disse um diplomata, falando sob condição de anonimato, sem excluir outras iniciativas de países árabes na ONU.
Quarta-feira de manhã, os Estados Unidos tinham, como já na segunda-feira, rejeitado uma proposta da Tunísia, Noruega e China para adoptar uma declaração apelando a uma "desescalada, contenção, um cessar-fogo e um reinício das negociações".
Israel recusa-se a permitir que o Conselho de Segurança se envolva no conflito e Washington, o seu mais próximo apoiante, concordou, disseram vários diplomatas.
Ataques continuam
Quarta-feira à noite, cinco pessoas ficaram feridas quando um foguete atingiu um complexo residencial em Petah Tikva, perto de Tel Aviv.
Desde que o conflito no enclave reacendeu no início da semana pelo menos 48 palestinianos morreram, entre os quais 14 crianças, e seis israelitas em território hebraico.
A facção palestiniana lançou vários mísseis contra o território israelita que chegaram a alcançar Jerusalém e Telavive. A resposta de Israel seguiu-se com mais de 500 bombardeamentos contra várias alegadas posições do Hamas e da "Jihad" Islâmica em Gaza.