Turquia e Rússia vão controlar aplicação do cessar-fogo

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  • Luanda     Terça, 10 Novembro De 2020    23h16  

Moscovo - A Turquia vai controlar com a Rússia a aplicação do cessar-fogo no Nagorno-Karabakh a partir de um centro conjunto de observação, afirmou hoje a presidência turca após uma conversa telefónica entre Recep Tayyip Erdogan e Vladimir Putin.

No decurso do diálogo, o Presidente turco declarou ao seu homólogo russo que "a Turquia também vai efetuar atividades de observação e de controlo com a Rússia, através de um centro conjunto que será estabelecido num local escolhido pelo Azerbaijão" e considerou que Moscovo "tem neste caso uma grande responsabilidade", precisou a presidência turca em comunicado.

O centro será estabelecido em território recentemente reconquistado por Baku, mas a presidência turca não forneceu mais indiciações sobre a data e meios que serão disponibilizados.

Após seis semanas de combates mortíferos no Nagorno-Karabakh, enclave separatista de maioria arménia em território do Azerbaijão, foi assinado na noite de segunda-feira um "cessar-fogo total" entre Baku e Erevan sob a égide da Rússia.

O acordo, que entrou em vigor às 21:00 TMG de segunda-feira, foi assinado pelo Presidente azeri, Ilham Aliev, e o primeiro-ministro arménio, Nikol Pachinian, assim como pelo Presidente russo, Vladimir Putin, que precisou que os beligerantes mantêm "as posições que ocupam", consagrando os importantes ganhos territoriais do Azerbaijão.

No âmbito deste acordo, onde a Turquia não é mencionada, Moscovo começou hoje a deslocar cerca de 2.000 soldados para manter a paz na região, ao anunciar descolagem dos primeiros seis aviões de transporte de forças de manutenção da paz russos para o Nagorno-Karabakh, num total de 1.960 militares, 90 blindados e 380 veículos.

Esta força será de seguida deslocada para o Nagorno-Karabakh à medida que as forças arménias se retirarem de uma série de territórios "devolvidos" ao Azerbaijão.

No decurso da conversa com Putin, Erdogan considerou o acordo sobre o fim das hostilidades como "um passo na boa direção para o estabelecimento de uma solução durável", prosseguiu a presidência turca.

Também afirmou que "o ponto mais importante é o respeito pela Arménia dos compromissos incluídos no cessar-fogo".

A Turquia, que apoia o Azerbaijão, foi acusada de enviar combatentes sírios para o Nagorno-Karabakh em apoio às forças de Baku, e que Erdogan desmentiu.

O acordo consagra importantes vitórias militares azeris naquela região montanhosa do Cáucaso, hoje habitada quase exclusivamente por arménios (cristãos ortodoxos), que declarou independência do Azerbaijão muçulmano após uma guerra no início da década de 1990 que provocou cerca de 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados.

Na sequência da uma guerra que provocou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, foi assinado um cessar-fogo em 1994 e aceite a mediação do Grupo de Minsk (Rússia, França e EUA), constituído no seio da OSCE, mas as escaramuças armadas permaneceram frequentes.

Desde o fim de Setembro passado que se registavam novos combates entre os separatistas arménios apoiados por Erevan e o exército do Azerbaijão.

Este anúncio motivou manifestações de alegria no Azerbaijão e de cólera na Arménia, onde os manifestantes invadiram durante a noite a sede do Governo e do Parlamento.

O primeiro-ministro arménio disse na rede social Facebook que a assinatura do acordo fora "incrivelmente dolorosa", mas que a decisão se impunha face aos avanços do Azerbaijão.

O governante insistiu já hoje que o acordo lhe foi pedido pelas forças armadas, que identificaram "certos problemas para os quais não há qualquer solução à vista".

Por sua vez, o Presidente azeri proclamou na televisão "a rendição" do seu inimigo, apesar de não ter reconquistado toda a zona do Nagorno-Karabakh.

Este acordo aconteceu depois de as forças do Azerbaijão terem tomado o controlo da cidade estratégica de Shushi, com valor militar significativo por se situar numa região montanhosa, a cerca de 10 quilómetros da capital da região, Stepanakert, e na estrada principal que liga o Nagorno-Karabakh à Arménia.

A região de Nagorno-Karabakh situa-se dentro dos limites do território do Azerbaijão, mas está sob controlo de forças locais etnicamente arménias, apoiadas pela Arménia desde 1994.

A última série de combates começou no dia 27 de Setembro e provocou centenas de mortos.





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